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Mãe dedica mais tempo, e o aluno se recupera
DA REPORTAGEM LOCAL
Pedro Henrique Sinigaglia Nassif, 14, não sabia nem onde estava
o lápis na hora de fazer a lição de
casa. Na verdade, ele quase nunca
fazia suas tarefas.
"Eu não entendia a matéria, não
sabia como fazer", diz o aluno,
que, no ano passado, esteve para
ser expulso da 6ª série do rigoroso
colégio Visconde de Porto Seguro, por causa do mau desempenho e do comportamento.
Ele mesmo diz que era desconcentrado e não tinha hora para estudar. "Hoje chego em casa e vou
estudar. Depois é que entro na internet, vou falar com amigos.
Chego a gostar de fazer tarefa."
A mudança radical aconteceu
depois que aprendeu a se organizar. Sua mãe, Maria Cristina Tosca, pediu ajuda à professora particular Marisa Taniguti, que tem
uma escola de estudo orientado.
Além de mudar os hábitos do
próprio aluno, ela sugeriu que a
mãe acompanhasse as tarefas
mais de perto.
Fracasso e família
Segundo Taniguti, a família tem
papel decisivo. "Há relação estreita entre mau desempenho escolar
e atitude dos pais."
Para ela, há comportamentos
comuns em histórias de fracasso
escolar. "São pais que não ajudam
na lição de casa, não verificam o
material, não vêem a agenda, desconhecem o mundo escolar do filho. Não sabem seu comportamento nas aulas, as relações com
professores e amigos."
Taniguti é taxativa com relação
à responsabilidade das famílias.
"O fracasso escolar está muito relacionado aos pais. Se os alunos
têm dificuldades de aprendizagem, sempre há pais omissos."
Seu programa de treinamento
inclui participação ativa da família. Ela faz entrevistas com os pais
e os alunos. Propõe as mudanças
com base nas deficiências que encontra e depois acompanha o resultado uma vez por semana, fazendo reuniões com os pais, durante três a quatro meses. Altera o
programa recomendado se for
necessário.
Entre as suas orientações, estão
o melhor método para o aluno estudar, horário para fazer as tarefas
e exercícios periódicos em casa
para verificar a eficiência do
aprendizado.
Gleice Cataldo, do Colégio Brasil, diz que "é preciso haver um
mínimo de acompanhamento
afetivo. Olhar o material, ver se
não há lição para fazer. O que
mais pesa é a desatenção. Não se
trata de comprar o melhor computador, basta dar 15 minutos de
atenção ao filho".
Walter Braga, presidente da rede Pitágoras, inclui como indicador básico do resultado obtido na
escola a relação da família com os
alunos.
"Os pais acompanham os filhos
ao cinema, a atividades culturais?
Discutem certos problemas com
eles? Participam rotineiramente
das atividades escolares, como
reuniões e festas?", questiona.
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