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Polícia fará ronda na Serra do Mar contra invasões
130 policiais patrulharão dia e noite áreas do parque estadual
e mangue para evitar novas construções e desmatamento
Cerca de 1.500 famílias
devem ser retiradas ainda
neste ano; Estado garante
que remoção só será feita se
houver imóveis da CDHU
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
Um total de 130 policiais
(ambientais e militares) fará
rondas dia e noite nos núcleos
invadidos do Parque Estadual
da Serra do Mar e em áreas de
mangue, em Cubatão, para evitar que sejam feitas novas construções irregulares. O governo
estadual espera remover, até o
final deste ano, pelo menos
1.500 famílias que vivem dentro do parque.
O secretário estadual Xico
Graziano (Meio Ambiente) esteve ontem em Cubatão para
"congelar" oficialmente as invasões nos bairros-cota (ao longo da via Anchieta, na serra do
Mar), no bairro Água Fria (na
margem do rio Cubatão, no pé
da serra) e na Vila Esperança
(em área de mangue).
Com o congelamento, espera-se evitar desmatamentos e o
aumento da contaminação das
águas da região. O bairro Água
Fria, com 1.200 famílias, é o
mais problemático: o esgoto e
lixo vão direto para o rio Cubatão. Mesmo assim, ontem havia
dez jovens pescando no local.
"Se morrer, morre todo mundo", disse o adolescente Rafael,
que não deu o sobrenome. O rio
abastece Cubatão, São Vicente
(área insular), Santos e parte de
Praia Grande. Em casos extremos de estiagem, também fornece água para o Guarujá.
Segundo a Sabesp, é necessário fazer um tratamento mais
"pesado" da água nesse rio e,
por isso, o custo cresce.
Autuação
Desde janeiro, segundo a Polícia Militar Ambiental, foram
lavrados 80 autos de infração
no bairro Água Fria, em razão
de desmatamentos para construir moradias irregulares.
"O direito a moradia digna é o
mesmo direito de um meio ambiente equilibrado. Um direito
não engole o outro", disse Graziano. O secretário garante que
as famílias já instaladas só serão removidas quando houver
imóveis da CDHU (companhia
estadual de habitação) disponíveis. O custo dessa revitalização em Cubatão é de "alguns
milhões", diz o secretário.
Maria Tereza Silveira, diretora de ação regional da CDHU,
disse que na segunda quinzena
de maio será feito o cadastramento de quem mora nas áreas
"congeladas" pelo governo.
Moradores da Água Fria, entretanto, dizem não querer deixar a área. "Preferia que urbanizassem o bairro em vez de
nos tirarem daqui. Até porque
não tenho como pagar um imóvel da CDHU", disse Flávia Soares de Melo, 42, desempregada
que mora no local há dez anos.
O secretário Graziano promete
tirar todos do bairro -junto
com igrejas, bares e salões de
beleza- e montar um centro de
educação ambiental no local.
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