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EDUCAÇÃO
Número de questões cairá de 160 para 100; prova deixará de ser em dois dias, mas passará a ter cinco horas de duração
1ª fase da Fuvest terá um dia e menos testes
ANDRÉ NICOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) reduziu o
número de dias de provas e de
questões em sua primeira fase já
para o próximo concurso. Passar
para a segunda fase do maior vestibular do país, com mais de 140
mil candidatos no ano passado,
também ficará mais difícil.
O candidato que concorre à vaga na USP, Academia de Polícia
Militar do Barro Branco ou Santa
Casa terá cinco horas para resolver só uma prova de cem testes de
múltipla escolha. Mas o peso da
primeira fase em relação à segunda será o mesmo. Até o ano passado, havia 160 testes em dois dias
de prova, de quatro horas cada.
Segundo o diretor-executivo da
Fuvest, Roberto Costa, um dos fatores que motivaram as mudanças foi a incorporação do resultado do Enem (Exame Nacional do
Ensino Médio) na nota final do
candidato. "Na realidade, o candidato fazia 223 questões [160 da
Fuvest e 63 do Enem". Agora, haverá só 163, o que já é suficiente."
Com o Enem, segundo Costa,
subiu de 22 mil para 27 mil o número de candidatos aprovados
para a segunda fase, o que tornou
a organização da prova mais cara.
A fórmula de cálculo da nota de
corte (nota mínima para aprovação para a segunda fase) também
mudou. Com as alterações, um
número menor de candidatos
passará para a fase decisiva.
Segundo Costa, estatísticas da
Fuvest mostram que a mudança
não influirá na lista de aprovados.
"Quem antes passava para a segunda fase com nota próxima do
corte, geralmente não era aprovado." Para evitar que os conteúdos
exigidos na prova sejam menos
amplos, o documento que estabelece a redução do número de dias
orienta "as bancas examinadoras
do vestibular a produzirem questões que envolvam sempre dois
ou mais aspectos do programa".
Ernesto Birner, coordenador do
curso pré-vestibular Anglo, diz
não ter gostado da medida. "Antes, se o candidato fosse mal na
primeira prova, poderia se recuperar na segunda, o que agora não
será possível. Isso aumenta a carga de nervosismo do aluno."
Já para Antonio Mario Salles,
coordenador do Objetivo, a mudança irá reduzir o estresse do
candidato. "É um sacrifício enorme para o jovem ter de fazer as
provas. Com apenas uma, o sacrifício é reduzido pela metade."
"Fazer uma prova de cinco horas vai ser mais cansativo para o
candidato que sabe a matéria,
porque quem não sabe vai embora após duas horas de prova", disse Carlos Eduardo Bindi, coordenador do Etapa.
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