São Paulo, sexta-feira, 17 de maio de 2002

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EDUCAÇÃO

Número de questões cairá de 160 para 100; prova deixará de ser em dois dias, mas passará a ter cinco horas de duração

1ª fase da Fuvest terá um dia e menos testes

ANDRÉ NICOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) reduziu o número de dias de provas e de questões em sua primeira fase já para o próximo concurso. Passar para a segunda fase do maior vestibular do país, com mais de 140 mil candidatos no ano passado, também ficará mais difícil.
O candidato que concorre à vaga na USP, Academia de Polícia Militar do Barro Branco ou Santa Casa terá cinco horas para resolver só uma prova de cem testes de múltipla escolha. Mas o peso da primeira fase em relação à segunda será o mesmo. Até o ano passado, havia 160 testes em dois dias de prova, de quatro horas cada.
Segundo o diretor-executivo da Fuvest, Roberto Costa, um dos fatores que motivaram as mudanças foi a incorporação do resultado do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) na nota final do candidato. "Na realidade, o candidato fazia 223 questões [160 da Fuvest e 63 do Enem". Agora, haverá só 163, o que já é suficiente."
Com o Enem, segundo Costa, subiu de 22 mil para 27 mil o número de candidatos aprovados para a segunda fase, o que tornou a organização da prova mais cara.
A fórmula de cálculo da nota de corte (nota mínima para aprovação para a segunda fase) também mudou. Com as alterações, um número menor de candidatos passará para a fase decisiva.
Segundo Costa, estatísticas da Fuvest mostram que a mudança não influirá na lista de aprovados. "Quem antes passava para a segunda fase com nota próxima do corte, geralmente não era aprovado." Para evitar que os conteúdos exigidos na prova sejam menos amplos, o documento que estabelece a redução do número de dias orienta "as bancas examinadoras do vestibular a produzirem questões que envolvam sempre dois ou mais aspectos do programa".
Ernesto Birner, coordenador do curso pré-vestibular Anglo, diz não ter gostado da medida. "Antes, se o candidato fosse mal na primeira prova, poderia se recuperar na segunda, o que agora não será possível. Isso aumenta a carga de nervosismo do aluno."
Já para Antonio Mario Salles, coordenador do Objetivo, a mudança irá reduzir o estresse do candidato. "É um sacrifício enorme para o jovem ter de fazer as provas. Com apenas uma, o sacrifício é reduzido pela metade."
"Fazer uma prova de cinco horas vai ser mais cansativo para o candidato que sabe a matéria, porque quem não sabe vai embora após duas horas de prova", disse Carlos Eduardo Bindi, coordenador do Etapa.



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