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VIOLÊNCIA 2
Segundo estudo baseado em crimes registrados em 1995, brancos matam brancos e negros matam negros
Criminosos fazem "segregação racial"
da Reportagem Local
A maior parte das vítimas de assassinos brancos é branca e a
maioria das vítimas de homicidas
negros é negra. Essa "segregação
racial" entre criminoso e vítima é
um dos resultados de uma pesquisa realizada sobre os homicídios
registrados em 95.
Renato Sergio de Lima estudou
todos os 4.602 boletins de ocorrência de homicídio registrados na
cidade em 1995, para uma dissertação de mestrado sobre conflitos
sociais para o curso de pós-graduação em sociologia da USP.
Da análise dos dados, brotaram
resultados que mostram uma concentração de crimes intra-raciais.
Lima, no entanto, ainda não se arrisca a tirar conclusões do estudo.
"A pesquisa não foi concluída,
mas uma das possíveis explicações
seria que o homicídio ocorre preferencialmente entre pessoas conhecidas. O que dá para verificar é
que negros matam negros e brancos matam brancos predominantemente", afirma o pesquisador.
Lima concentrou seus estudos
sobre os 3.889 registros de homicídios de autoria desconhecida, que
são 85% do total. Em 25,9% desses
casos, após investigação policial
ou por meio de testemunhas, a polícia consegue identificar o assassino. A cor é uma das primeiras características reveladas.
Nesse universo, exatamente a
metade (50%) das vítimas de negros também era de cor negra. As
vítimas brancas foram 39,8%, e
outros 10,2% não tiveram a cor
identificada.
Nos casos em que o assassino foi
considerado branco, as vítimas
eram brancas em 56,8% dos inquéritos. Negros foram mortos
por brancos em 39% dos crimes
estudados. Em 4,2% dos homicídios, a cor da vítima não foi determinada.
A pesquisa de Lima enfrenta o
mesmo problema do estudo de
Maria Inês Barbosa: a cor não é
auto-atribuída, ou seja, é a polícia
ou a testemunha que determina as
cores de vítima e homicida.
"Uma das surpresas que eu tive
nesse estudo foi que os assassinos
identificados como negros não foram mais numerosos. Imaginava
que, pela visão que a polícia tem
do problema, isso ocorresse."
(RV)
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