especial para a Folha

Asma e rinite alérgica não são exclusividade das pessoas que moram em cidades grandes e poluídas. Mesmo quem mora no campo pode ter crises alérgicas.
A poluição não é a causa direta dos problemas alérgicos, mas sim um agravante. O poluente funciona como poderoso irritante das mucosas (olhos, nariz, garganta).
Quase todas as pessoas que moram em São Paulo sentem, por exemplo, os olhos ardendo quando aumentam os níveis de material particulado no ar. Esse não é um efeito que acontece apenas nas pessoas alérgicas.
Os poluentes exercem uma espécie de "efeito potencializador" em quem já tem um problema alérgico. Os asmáticos sofrem de um processo inflamatório crônico em seus brônquios e bronquíolos (canais de passagem do ar). Os poluentes pioram o quadro inflamatório, agravando os sintomas e a duração dos processos alérgicos.
Charles Naspitz diz que, há alguns anos, um estudo conduzido nos cinco maiores hospitais da cidade de São Paulo tentou relacionar o aumento do número de problemas respiratórios nos prontos-socorros com os dias em que havia maiores índices de poluição.
O estudo não conseguiu encontrar relação direta. Os dias mais "agitados" nos hospitais foram justamente os sábados e domingos, quando a maior parte das fábricas está fechada e quando há menos carros nas ruas. O motivo provável foi o maior tempo disponível das pessoas. (JB)



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