São Paulo, Quinta-feira, 17 de Junho de 1999
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Assessor diz que Viscome o indicou

LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Reportagem Local

O assessor do vereador Vicente Viscome (sem partido) Vlademir Augusto Ferreira disse à polícia que foi indicado pelo vereador para trabalhar no Anhembi e, depois, na Administração Regional da Penha (zona leste de SP).
Em depoimento ao delegado Itagiba Franco, que preside o inquérito sobre os funcionários fantasmas do Anhembi, Ferreira afirmou que os empregos foram uma "gratificação" por ter trabalhado na campanha eleitoral de Viscome em 1996.
Na delegacia, Ferreira disse que trabalhou no Anhembi em 1997 e que foi transferido para a regional em 98, quando assumiu a chefia do setor de apreensão. Ferreira já havia sido indiciado e preso provisoriamente pela polícia há cerca de três meses, sob acusação de concussão e formação de quadrilha.
Isso ocorreu após depoimentos de fiscais da Penha que o acusaram de participar da coleta de propina.
Ele teria sido indicado para o cargo de chefe do setor de apreensão por Tânia de Paula, assessora e namorada de Viscome, também indiciada. Segundo o delegado, Ferreira deixou dúvidas em seu depoimento. "Ele não soube fornecer elementos básicos, como local de trabalho no Anhembi e com quem trabalhava", afirmou.
No Anhembi, Ferreira era contratado como assistente técnico e recebia cerca de R$ 2.000 por mês. A assessoria do vereador foi procurada ontem pela Folha no gabinete da Câmara, mas não foi localizada. O Anhembi, empresa que tem a Prefeitura de São Paulo como a maior acionista, com 80% das cotas, está sendo investigado desde abril por suspeita de contratação de funcionários fantasmas a pedido de políticos.
O presidente da Prodam (Companhia de Processamento de Dados do Município), João Otaviano, prestou depoimento ontem à polícia para explicar o funcionamento administrativo da empresa, que também é suspeita de contratar funcionários fantasmas.
Em seu depoimento, ele informou que não existem fantasmas na empresa e que a Prodam tem convênio com a prefeitura, o que permite a troca de funcionários.
Ontem, o delegado Itagiba Franco ouviu ainda cinco funcionários da Prodam que estavam lotados em outros órgãos. Até as 19h, os depoimentos não tinham acabado.


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