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Assessor diz que Viscome o indicou
LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Reportagem Local
O assessor do vereador Vicente
Viscome (sem partido) Vlademir
Augusto Ferreira disse à polícia
que foi indicado pelo vereador para trabalhar no Anhembi e, depois,
na Administração Regional da Penha (zona leste de SP).
Em depoimento ao delegado Itagiba Franco, que preside o inquérito sobre os funcionários fantasmas
do Anhembi, Ferreira afirmou que
os empregos foram uma "gratificação" por ter trabalhado na campanha eleitoral de Viscome em 1996.
Na delegacia, Ferreira disse que
trabalhou no Anhembi em 1997 e
que foi transferido para a regional
em 98, quando assumiu a chefia do
setor de apreensão. Ferreira já havia sido indiciado e preso provisoriamente pela polícia há cerca de
três meses, sob acusação de concussão e formação de quadrilha.
Isso ocorreu após depoimentos
de fiscais da Penha que o acusaram
de participar da coleta de propina.
Ele teria sido indicado para o cargo de chefe do setor de apreensão
por Tânia de Paula, assessora e namorada de Viscome, também indiciada. Segundo o delegado, Ferreira deixou dúvidas em seu depoimento. "Ele não soube fornecer
elementos básicos, como local de
trabalho no Anhembi e com quem
trabalhava", afirmou.
No Anhembi, Ferreira era contratado como assistente técnico e
recebia cerca de R$ 2.000 por mês.
A assessoria do vereador foi procurada ontem pela Folha no gabinete da Câmara, mas não foi localizada. O Anhembi, empresa que
tem a Prefeitura de São Paulo como a maior acionista, com 80%
das cotas, está sendo investigado
desde abril por suspeita de contratação de funcionários fantasmas a
pedido de políticos.
O presidente da Prodam (Companhia de Processamento de Dados do Município), João Otaviano,
prestou depoimento ontem à polícia para explicar o funcionamento
administrativo da empresa, que
também é suspeita de contratar
funcionários fantasmas.
Em seu depoimento, ele informou que não existem fantasmas na
empresa e que a Prodam tem convênio com a prefeitura, o que permite a troca de funcionários.
Ontem, o delegado Itagiba Franco ouviu ainda cinco funcionários
da Prodam que estavam lotados
em outros órgãos. Até as 19h, os
depoimentos não tinham acabado.
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