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Família inteira vive catando lixo
ALESSANDRO SILVA
da Folha Ribeirão
Antes das 7h, os irmãos Hugo, 3,
e Fabrício de Oliveira, 4, acordam e
saem para trabalhar com os pais. O
destino: qualquer lixão ou aterro
sanitário clandestino de Ribeirão
Preto (319 km de São Paulo).
O pai dos garotos, Ronildo Silva
Rodrigues, 27, está desempregado
desde que se mudou da Baixada
Santista para a cidade, em 97.
""Trago as crianças junto porque
não tenho com quem deixá-las.
Comigo, eles ainda ganham o que
comer das outras pessoas que encontram nas ruas", afirmou.
Das latas de lixo e aterros da cidade saem roupas, calçados, móveis e até alimentos.
Sempre às segundas, a família recolhe sobras de verduras e frutas
em um supermercado da Vila Virgínia, onde está a favela que escolheram para morar.
""Tem sujeira, mas eles nunca pegaram doença aqui no lixo", afirmou o desempregado.
Rodrigues puxa um carrinho,
enquanto os filhos e a mulher, Isabel Cristina de Oliveira, 23, vasculham tambores, cestas e matagais
onde as sobras são jogadas.
Todo material recolhido é estocado ao lado do barraco e vendido
segundo o peso. Por mês, a família
recebe cerca de R$ 80.
Enquanto o pai dobra e amassa o
lixo para acomodar no carrinho,
os dois garotos improvisam tampinhas e latas como brinquedos.
Esta semana, acharam um ventilador de teto em um terreno baldio. ""Levo para casa, tento arrumar e vendo", disse o pai.
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