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Nova técnica vai ser testada
da Reportagem Local
Um experimento, que deve ser
realizado até o próximo mês em
uma clínica de fertilização de
São Paulo, se bem-sucedido, pode significar o fim da escassez de
óvulos para doação.
O especialista em reprodução
humana Roger Abdelmassih e
outros dois pesquisadores de
universidades norte-americanas que estão vindo ao Brasil
vão testar aqui, pela primeira
vez em humanos, uma técnica
de maturar as chamadas células
primordiais do ovário.
O ovário contém milhares dessas células que podem se tornar
óvulos quando maduras.
O ser humano nasce com 2 milhões dessas células, que na puberdade se reduzem para 500
mil. A cada mês, a mulher perde
de 800 a 1.000 células primordiais do ovário -apenas uma
delas se transforma em óvulo.
O experimento consiste na retirada de um pequeno fragmento do ovário da mulher, que contém centenas dessas células.
"Vamos tentar maturar essas células no laboratório", explica
Abdelmassih. A maturação é feita com substâncias químicas e
hormônios.
Segundo ele, a técnica foi bem-sucedida em estudos realizados
com animais. "Se der certo em
humanos, será a grande revolução na área da fertilização", diz.
"Teremos óvulos a perder de
vista para doar."
Congelamento
Como há complicações envolvendo o congelamento dos óvulos -diminuindo a eficácia dos
resultados na fertilização, por
exemplo-, a técnica nova propõe o congelamento do tecido
do fragmento de ovário retirado
que não for utilizado de imediato. Partes desse tecido vão sendo
descongeladas quando necessárias, e as células vão sendo maturadas para, em seguida, serem
utilizadas.
Segundo Abdelmassih, ao longo de dois anos nove centros de
fertilização in vitro estão trabalhando ativamente nesses experimentos.
Ele estará presente, no fim
deste mês, em um congresso europeu cujo tema principal a ser
debatido é a maturação in vitro
das células do ovário.
(PL)
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