RENATO FRANZINI
de Nova York

A vice-presidente de assuntos internacionais da MCI Worldcom, Ann LaFrance, elogiou ontem a atuação na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) no controle do mercado brasileiro de telefonia.
Em 19 de julho do ano passado, a MCI Worldcom, uma das maiores empresas de telecomunicações dos EUA, comprou 51% do capital votante da Embratel, tornando-se controladora da ex-estatal de telefonia brasileira.
Segundo LaFrance, "o Brasil tem um regulador que não tem medo de tomar decisões duras".
A afirmação de LaFrance foi feita a uma platéia de cerca de 30 jornalistas estrangeiros em Nova York, durante a apresentação da estratégia de crescimento da companhia e de formação de uma rede própria de transmissão de dados conectando as principais cidades do mundo.
Na América Latina, os principais investimentos da MCI Worldcom são a Embratel e a Avantel, que tem 10% do mercado de ligações de longa distância no país, segundo a companhia.

Comparação
O elogio ao órgão regulador do governo brasileiro foi feito numa comparação com seu correspondente mexicano.
"No México, há uma falta de transparência no processo regulador. No Brasil é muito diferente", disse a executiva.
O monopólio estatal de telefonia no México foi privatizado em 1990, mas a concorrência entre empresas de telefonia no país só começou em 1997.
Segundo LaFrance, "a Telmex (ex-estatal) ainda parece estar sendo favorecida pelo órgão regulador".
A executiva disse que a diferença no caso brasileiro é que o modelo de privatização dividiu a companhia telefônica (Telebrás) em partes, introduziu a competição logo no começo, além do sucesso na implantação da Anatel.
"A agência (Anatel) existe só há um ano, mas eles são muito profissionais, muito eficientes."
Ela realça como um dos pontos positivos da agência a imposição de restrições de compra de ações de uma companhia telefônica por outra, "o que deve fazer o processo funcionar mais competitivamente".

Mudança de interurbano
Questionada sobre os problemas na implantação do novo sistema de telefonia no Brasil no início deste mês, LaFrance disse apenas que "estamos falando de uma conversão em massa" e que o sistema já está normalizado.
LaFrance analisa os sistemas regulatórios dos diversos países em que a MCI Worldcom atua.
No ano passado, ela esteve no Brasil durante a privatização da Telebrás.


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