LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) indica hoje o relator que terá ""liberdade ampla" de apuração para investigar um dos seus próprios integrantes, o ministro Vicente Leal de Araújo, acusado de conceder habeas corpus irregularmente para o traficante Leonardo Dias Mendonça.
O presidente do STJ, Nilson Naves, afirmou ontem, em Porto Alegre, que ""o Judiciário está passando por um momento difícil". "Em mais dias ou menos dias, o Brasil terá o resultado disso [das investigações"", afirmou.
Naves disse que o relator a ser indicado hoje -que será outro ministro- poderá analisar documentos, ouvir testemunhas e fazer diligências.
""Esses acontecimentos devem ser apurados, mas eles, por si só, não abalam a solidez do STJ", afirmou Naves. Segundo o ministro, a abertura do procedimento administrativo ocorrerá ""a pedido do próprio ministro Vicente Leal".
Em conversas telefônicas grampeadas pela Polícia Federal, Vicente Leal de Araújo foi citado por pessoas ligadas a um suposto esquema de venda de habeas corpus (decisão judicial que garante liberdade ao suspeito. Também são suspeitos no mesmo caso os juízes federais Eustáquio Silveira e Fernando Tourinho Neto, do TRF da 1ª Região.
O ministro Vicente Leal de Araújo, disse ontem que considera "injusta" a forma de "degradação nacional" a que estaria sendo submetido pela imprensa. O ministro classificou como "dolorosa" a suspeita de envolvimento com a quadrilha de narcotraficantes baseada na citação de seu nome em "uma conversa entre dois criminosos".


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