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'Preciso de ajuda
para
tudo', diz Lair
Guerra
da Sucursal de Brasília
A médica Lair Guerra, 54, que
coordenava os programas de prevenção à Aids do governo, sempre
foi uma motorista cuidadosa. Usava cinto de segurança, andava devagar na pista da direita e chegava
a irritar os mais apressados.
Em 1996, ela foi vítima de um
acidente de trânsito em Recife. Teve traumatismo craniano e ficou
semanas em coma. Sobreviveu,
mas perdeu as funções do cérebro
responsáveis pelas atividades administrativas e gerenciais.
"Perdi o emprego, o status, a
saúde, a voz. Hoje preciso de fisioterapeuta, fonoaudiólogo. Tenho
de ter ajuda para tudo."
A médica tem um pouco de dificuldade para falar e caminha sempre sob o olhar atento do marido,
o professor José Florêncio Rodrigues Júnior, 60. Às vezes, quando
conversa, Lair foge de repente do
assunto.
A família culpa o motorista do
carro em que estava pelo seu acidente. O motorista, funcionário da
Prefeitura de Recife, dirigia um
carro alugado pelo órgão.
Lair quer passar o ano estudando
inglês -que antes do acidente falava fluentemente- e digitação
em computador. Em 99, vai tentar
um doutorado na Inglaterra ou
nos EUA.
(AUGUSTO GAZIR)
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