São Paulo, domingo, 18 de janeiro de 1998.



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'Preciso de ajuda para tudo', diz Lair Guerra

da Sucursal de Brasília

A médica Lair Guerra, 54, que coordenava os programas de prevenção à Aids do governo, sempre foi uma motorista cuidadosa. Usava cinto de segurança, andava devagar na pista da direita e chegava a irritar os mais apressados.
Em 1996, ela foi vítima de um acidente de trânsito em Recife. Teve traumatismo craniano e ficou semanas em coma. Sobreviveu, mas perdeu as funções do cérebro responsáveis pelas atividades administrativas e gerenciais.
"Perdi o emprego, o status, a saúde, a voz. Hoje preciso de fisioterapeuta, fonoaudiólogo. Tenho de ter ajuda para tudo."
A médica tem um pouco de dificuldade para falar e caminha sempre sob o olhar atento do marido, o professor José Florêncio Rodrigues Júnior, 60. Às vezes, quando conversa, Lair foge de repente do assunto.
A família culpa o motorista do carro em que estava pelo seu acidente. O motorista, funcionário da Prefeitura de Recife, dirigia um carro alugado pelo órgão.
Lair quer passar o ano estudando inglês -que antes do acidente falava fluentemente- e digitação em computador. Em 99, vai tentar um doutorado na Inglaterra ou nos EUA. (AUGUSTO GAZIR)


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