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RACISMO NA INTERNET
Comunidade virtual incitava usuários a ofenderem garoto de 13; família procurou ajuda de ONG
Mensagens contra negro em site serão investigadas
DA REPORTAGEM LOCAL
O site de relacionamentos Orkut, que reúne pessoas com afinidades, tornou-se uma ferramenta
racista na internet.
Na última sexta-feira, uma família negra da zona norte de São
Paulo foi agredida virtualmente
com mensagens ofensivas e preconceituosas. Entre as vítimas,
havia um menor de 13 anos.
O caso repercutiu e, três dias depois, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade
Racial (Seppir), do governo federal, solicitou investigação à Polícia
Federal e abriu processo interno
na ouvidoria.
A ouvidora Sandra Regina Teixeira afirmou que apresentará informe ao Conselho Nacional de
Políticas de Promoção da Igualdade Racial, que poderá designar
uma comissão especial para
acompanhar o caso.
O episódio ocorreu na última
sexta, quando o estudante universitário D., 19, descobriu na página
do Orkut de seu irmão C., 13,
mensagens ofensivas. Ao tentar
descobrir o remetente, denominado apenas Arthur White, encontrou uma comunidade intitulada "anti-heróis".
Na página, havia a seguinte recomendação: "se você já foi atacado por algum maldito que se julga
herói está na hora de se vingar. E
não tenha pudores ou dor na
consciência. Descarregue toda a
sua fúria nesse pobre pretinho
inocente. Clique e vingue-se." Ao
clicar, o internauta era remetido
para a página de C.. A comunidade já foi retirada do ar, e a página
de "Arthur White", modificada.
Após o ocorrido, D. apagou as
mensagens, enviou alertas para
comunidades de negros e contou
a história para sua mãe. "Eu não
sabia que atitude tomar. Sabia
que era um crime e pensei em ir à
polícia registrar um boletim de
ocorrência, mas não tinha a quem
acusar", disse ela.
No mesmo dia, mais mensagens
racistas foram postadas na página
pessoal dos irmãos e também no
da mãe. "Eu fiquei assustado e
chateado com o que aconteceu.
[As mensagens] falavam de forma
maldosa das minhas amigas
brancas", disse C.
Eles procuraram a ONG ABC
Sem Racismo, que encaminhou o
caso à Seppir. "Além de solicitar
uma investigação e providências,
sugerimos uma campanha de
alerta para o crime de racismo",
disse o presidente da ONG, Dojival Vieira.
(MS)
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