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No Rio, dados podem estar subestimados
DA SUCURSAL DO RIO
O número de homicídios dolosos registrados no Estado do Rio
de Janeiro em 2004 pode estar subestimado em pelo menos mil casos, pois não inclui dados sobre
encontro de cadáver.
De janeiro a outubro do ano
passado, foram registrados 1.064
casos de encontro de cadáveres
no Estado. Se somado ao total de
assassinatos anunciado oficialmente no mesmo período (5.323),
o número de homicídios dolosos
subiria para 6.390.
O titular da 6ª Delegacia de Polícia (Cidade Nova, zona central),
Ricardo Dias Teixeira, afirmou
que a orientação da Secretaria de
Segurança é registrar como homicídio todos os casos em que o cadáver encontrado, mesmo não estando identificado, apresente sinais de violência, como tiros, pauladas e marcas de espancamento
ou, até mesmo, quando esteja
queimado.
Teixeira, no entanto, afirmou
que há casos em que, mesmo com
o corpo apresentando sinais de
violência, o delegado registra uma
ocorrência como encontro de cadáver porque prefere esperar o resultado do laudo de exame cadavérico do IML (Instituto Médico
Legal) para confirmar se houve
mesmo assassinato.
Outro aspecto que pode ajudar
a "maquiar" as estatísticas são os
casos de desaparecimentos.
Um estudo feito pelo Centro de
Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec) da Universidade Cândido Mendes indica que o número de desaparecimentos passou
de 2.768 em 1994 para 4.800 casos
em 2003. Em contrapartida, os registros de homicídios apresentaram declínio significativo no mesmo período. Foram 8.408 casos
em 1994 e 5.741 em 2003.
Segundo a polícia, os casos de
desaparecimento podem ter ligação com uma prática comum de
traficantes de drogas - após matar as vítimas, eles queimam os
corpos até deixá-los em cinzas, o
que praticamente impossibilita a
descoberta.
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