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OUTRO LADO
Alckmin nega erro em anotações da Polícia Civil
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador Geraldo
Alckmin (PSDB) negou que
os casos mostrados ontem
pela Folha, nos quais ocorrências com evidências de
homicídio doloso (com intenção) acabaram registradas como morte a esclarecer
ou encontro de cadáver, tivessem sido anotados incorretamente pela Polícia Civil.
"Se você tem um caso em
que a pessoa morre e que foi
homicídio, é homicídio. Se
você encontra um cadáver, é
morte a esclarecer. Esse é um
conceito mundial", disse. Segundo ele, não há motivos
para esconder estatísticas.
Para o governador, não há
"nenhum problema" se um
caso for registrado como
morte a esclarecer e ocorrer
uma alteração posterior, caso as investigações da polícia
concluírem que se trata de
um homicídio.
Segundo Alckmin, apesar
de a pesquisa feita por amostragem pelo centro de controle de qualidade de boletins da Secretaria da Segurança Pública ter identificado problemas no preenchimento em 20% dos BOs
-segundo o coordenador
do CAP (Coordenadoria de
Análise e Planejamento),
Túlio Kahn-, não há possibilidade de a credibilidade
das estatísticas ser abalada.
"Esses casos, levantados
em 2003 desses BOs em que
pudessem ter dúvida, não
passam de cem. Foram mais
de 8.000 em 2003. É um número extremamente pequeno", disse.
Secretário-adjunto
Em relação à CPI que iria
investigar as estatísticas, o
secretário-adjunto da Segurança Pública, Marcelo Martins de Oliveira, criticou o
deputado Vanderlei Siraque
(PT), autor do pedido.
"Ele [Siraque] usa dois pesos e duas medidas. Para ele,
quando os líderes não permitiram, foi por conta de
uma ação política. Mas
quando ele solicitou [a CPI],
me vejo no direito de dizer,
também foi por uma questão política", afirmou.
E acrescentou: "De 2002
para cá, a polícia acertou
inúmeras vezes e a polícia
errou inúmeras vezes. Você
se lembra de alguma vez que
o deputado Siraque tenha,
de qualquer maneira, reconhecido o bom trabalho da
polícia, tenha elogiado o trabalho da polícia?".
Sobre a resolução 463, que
criou o conselho de acompanhamento de estatísticas, a
Secretaria da Segurança Pública afirmou que não houve
boicote. Segundo a pasta, o
conselho tem autonomia para se reunir, mas os membros teriam se desarticulado
e não assumiram os postos.
Apesar de admitir que foi
privilegiado o centro de controle de qualidade de boletins de ocorrência, da própria secretaria, a pasta diz
que não se contrapõe ao funcionamento do conselho e
promete responder as suas
solicitações.
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