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JUVENTUDE ENCARCERADA
Após denúncias de tortura, entidades de direitos humanos farão ato a favor de presidente da entidade
Febem amplia investigação de maus-tratos
FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário da Justiça de São
Paulo e presidente da Febem
(Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor), Alexandre de Moraes, pediu à corregedoria da entidade que levante todos os funcionários investigados por irregularidades e acelere o processo de
apuração dessas denúncias.
Funcionários cujos casos de
maus-tratos sejam considerados
procedentes serão demitidos.
Hoje, ao meio-dia, representantes de 20 entidades de direitos humanos farão um ato de apoio ao
secretário. Eles serão recebidos
por Moraes na Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania, no Centro. Entre as entidades estão a
Pastoral do Menor, a Fundação
Abrinq, OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Movimento Nacional dos Direitos Humanos e o
Grupo Tortura Nunca Mais.
"Essa foi a primeira vez em que
um chefe de Estado e presidente
da Febem assume, denuncia e toma medidas imediatas contra a
tortura na fundação", justifica o
padre Julio Lancellotti, da Pastoral do Povo da Rua. "Ele quebrou
um paradigma. Mas esse é apenas
o início de um processo."
Greve
A greve de funcionários iniciada
na madrugada de sexta -quando
os funcionários em exercício foram substituídos por novos monitores e educadores em treinamento- teve ontem cerca de 9%
de adesão na capital, segundo a
Febem, e 15% de adesão, para o
sindicato da categoria.
A assessoria da fundação informou que os faltantes serão chamados à direção da Febem para
justificar a ausência. Quem alegar
adesão à greve será demitido.
Os 900 novos funcionários que
assumiram cargos na fundação
deverão optar agora pela carreira
pedagógica ou de segurança e
passar por novo treinamento, que
deverá ser estendido também aos
funcionários antigos.
Dos 553 novos funcionários que
ingressaram na área de segurança
da fundação, 15 desistiram do trabalho logo na primeira noite de
atuação.
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