DA REPORTAGEM LOCAL

Maria Iva da Silva, 51, trabalhava na Febem havia 18 anos e estava a apenas quatro anos de pedir sua aposentadoria. Em férias, foi avisada ontem de manhã, por uma colega, que estava demitida.
"Não sei o que vou fazer agora. Na minha idade, não vou conseguir emprego em nenhum outro lugar. Além disso, só tenho o primeiro grau, não poderei nem prestar o concurso para tentar voltar a trabalhar na Febem."
Maria Iva era a única pessoa empregada em uma casa onde moram seis pessoas. Além de seu namorado, desempregado, são cinco crianças no local.
"Acho uma irresponsabilidade do governo fazer isso. São mães e pais de família que foram mandados embora. Começou com aquela história de torturadores e agora está todo mundo na rua. Mas eu nunca fiz nada contra os internos." A ex-funcionária da Febem disse que há cerca de cinco anos foi ameaçada por dois adolescentes em uma tentativa de fuga. "Colocaram um estilete no meu pescoço e outro na minha costela. Mas fiquei no emprego."


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