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Thomaz Bastos ganha escolta da PF
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, afirmou ontem
que passou a receber proteção da
Polícia Federal desde a última
sexta-feira, após o assassinato de
Antonio José Machado Dias, 47,
juiz-corregedor de Presidente
Prudente (SP). "Nunca pensei
que isso fosse acontecer na minha
vida. Sempre andei livremente,
sem seguranças, mas agora eu e a
minha família estamos sob proteção da Polícia Federal", disse.
Em relação à proposta do governador Geraldo Alckmin de aumentar o prazo para presos de alta periculosidade permanecerem
em isolamento nos presídios de
segurança máxima, o ministro se
mostrou favorável. "Pedi à comissão do Ministério da Justiça um
estudo sobre a viabilidade de aumentar esse prazo de permanência em todo o país."
Até o final da semana, Bastos
deve se reunir com Alckmin
(PSDB) para tratar das investigações sobre a morte do juiz -que
estão sendo acompanhadas de
perto pelo presidente Luiz Inácio
Lula da Silva.
Medidas preventivas
Para o diretor do Departamento
Penitenciário Nacional, Angelo
Roncalli de Ramos Barros, chegou o momento de se preparar
para as ações que, oriundas das
penitenciárias, mostram a força
das facções organizadas nas ruas.
""Toda vez que você cria regras
mais rígidas nos presídios, como
em Presidente Bernardes, as
ações vão para as ruas", disse.
Barros defende como fundamental a proteção das autoridades pelas quais passa o sistema
penal e de repressão policial.
Em 2001, um dos integrantes do
PCC (Primeiro Comando da Capital) disse à Folha que iria ""pegar
as pessoas que estão usando as
leis para implantar o terror", com
a ressalva de que os alvos seriam
""diretor" e ""juiz-corregedor".
"Estamos desenvolvendo ações
no Rio. Com regras mais rígidas,
os Estados vizinhos precisam se
preparar. Se não, acabarão recebendo quem sair de lá", disse.
Ontem, durante conferência sobre o problema das drogas nas escolas, o ministro da Justiça defendeu a transferência da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas),
atualmente atrelada ao Gabinete
de Segurança Institucional da
Presidência, para o seu ministério. "Seria mais correto a secretaria estar ligada a um órgão civil."
Márcio Thomaz Bastos também
definiu a atual linha de conduta
da Senad como "americanizada".
Bastos propõe a adoção da linha
européia de combate às drogas,
focada na prevenção e diminuição dos efeitos danosos provocados pelas substâncias, entre elas o
álcool e o tabaco.
O ministro da Justiça esteve em
São Paulo para inaugurar o ciclo
de conferências sobre droga nas
escolas, realizado pela UniFMU e
pelo Instituto Metropolitano de
Altos Estudos (Imae).
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