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São Paulo, terça-feira, 18 de março de 2003

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Thomaz Bastos ganha escolta da PF

DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou ontem que passou a receber proteção da Polícia Federal desde a última sexta-feira, após o assassinato de Antonio José Machado Dias, 47, juiz-corregedor de Presidente Prudente (SP). "Nunca pensei que isso fosse acontecer na minha vida. Sempre andei livremente, sem seguranças, mas agora eu e a minha família estamos sob proteção da Polícia Federal", disse.
Em relação à proposta do governador Geraldo Alckmin de aumentar o prazo para presos de alta periculosidade permanecerem em isolamento nos presídios de segurança máxima, o ministro se mostrou favorável. "Pedi à comissão do Ministério da Justiça um estudo sobre a viabilidade de aumentar esse prazo de permanência em todo o país."
Até o final da semana, Bastos deve se reunir com Alckmin (PSDB) para tratar das investigações sobre a morte do juiz -que estão sendo acompanhadas de perto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Medidas preventivas
Para o diretor do Departamento Penitenciário Nacional, Angelo Roncalli de Ramos Barros, chegou o momento de se preparar para as ações que, oriundas das penitenciárias, mostram a força das facções organizadas nas ruas. ""Toda vez que você cria regras mais rígidas nos presídios, como em Presidente Bernardes, as ações vão para as ruas", disse.
Barros defende como fundamental a proteção das autoridades pelas quais passa o sistema penal e de repressão policial.
Em 2001, um dos integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) disse à Folha que iria ""pegar as pessoas que estão usando as leis para implantar o terror", com a ressalva de que os alvos seriam ""diretor" e ""juiz-corregedor".
"Estamos desenvolvendo ações no Rio. Com regras mais rígidas, os Estados vizinhos precisam se preparar. Se não, acabarão recebendo quem sair de lá", disse.
Ontem, durante conferência sobre o problema das drogas nas escolas, o ministro da Justiça defendeu a transferência da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), atualmente atrelada ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, para o seu ministério. "Seria mais correto a secretaria estar ligada a um órgão civil."
Márcio Thomaz Bastos também definiu a atual linha de conduta da Senad como "americanizada". Bastos propõe a adoção da linha européia de combate às drogas, focada na prevenção e diminuição dos efeitos danosos provocados pelas substâncias, entre elas o álcool e o tabaco.
O ministro da Justiça esteve em São Paulo para inaugurar o ciclo de conferências sobre droga nas escolas, realizado pela UniFMU e pelo Instituto Metropolitano de Altos Estudos (Imae).


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