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PATRIMÔNIO
Prédio em SP que é marco da arquitetura modernista também terá reforma do piso e ganhará mais brises Fachada do Conjunto Nacional é tombada
Fachada do Conjunto Nacional é tombada
DA REPORTAGEM LOCAL
Primeiro grande prédio da avenida Paulista. Exemplo da arquitetura modernista brasileira. Símbolo de glamour, de decadência e
de revitalização. São muitos os
apostos do Conjunto Nacional,
que agora recebe mais um: o de
patrimônio histórico da cidade.
O tombamento do prédio e do
entorno pelo Condephaat (conselho estadual de preservação) foi
publicado na sexta-feira no "Diário Oficial" do Estado e vale para a
fachada e o conceito do edifício.
Mudanças nos imóveis dos dois
prédios de escritórios e no de
apartamentos estão liberadas.
"É um marco da cidade. Quem
mora lá adora o prédio, e as pessoas que trabalham ali se desdobram pela manutenção. Fico superfeliz com essa medida", declara a arquiteta Helena Saia, especialista em restauro histórico.
Saia destaca o prédio como um
dos poucos da cidade a ter preocupação com o entorno. Projetado na década de 50 por David Libeskind, tem o térreo aberto à
passagem de pedestres e, desde o
início, integra atividades comerciais, residenciais e de serviço
-duas orientações presentes no
atual plano diretor da cidade.
"O Conjunto Nacional tem uma
relação muito boa com o espaço
urbano", opina Gilberto Beleza,
vice-presidente do IAB (Instituto
dos Arquitetos do Brasil).
Para ele, o edifício tem alguns
dos principais conceitos da arquitetura moderna, como fachadas
independentes, teto-jardim e brises, que evitam a incidência direta
de raios solares na fachada.
Suvenires do prédio
A ampliação dos brises para
ocupar toda a fachada inferior é
uma das medidas de restauração
que serão adotadas, afirma a síndica Vilma Paramezza. O piso do
local, feito de pedras portuguesas,
também deve ser recuperado.
Outra proposta é criar uma loja
de suvenires do prédio, que ainda
não tem prazo para sair do papel.
Segundo a síndica, desde 1992
toda a verba para as obras de reforma vem do aluguel, para o
banco Itaú, do relógio luminoso
que existe sobre o prédio. Os valores, porém, são sigilosos.
Para o presidente do Condephaat, José Roberto Melhem, o
trabalho do condomínio foi importante para manter as características do prédio. "A área central
era tomada por divisórias de madeira e lojinhas. Eles decidiram tirar tudo e revalorizar o espaço."
Hoje, o térreo abriga exposição
de obras de arte e, em julho, receberá uma homenagem aos 400
anos do lançamento do livro
"Dom Quixote", escrito pelo espanhol Miguel de Cervantes.
Ao lado da estátua de Dom Quixote, em vez de seu escudeiro,
Sancho Pancha, será representado o construtor do Conjunto Nacional, José Tjurs. "Ele queria
transformar a Paulista na 5ª Avenida de Nova York. Era uma intenção quixotesca", brinca Paramezza. (AMARÍLIS LAGE)
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