São Paulo, segunda-feira, 18 de abril de 2005

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"Isso aqui é uma cidade", diz síndica

DA REPORTAGEM LOCAL

"Isso aqui é uma cidade", diz Vilma Paramezza, síndica do Conjunto Nacional. A afirmação faz sentido: todos os números são exagerados. Por dia, o prédio recebe 30 mil pessoas e, por mês, mais de 50 mil correspondências.
Tem 62 lojas, entre farmácias, livrarias e butiques, além de restaurantes, bancos e escritórios, por exemplo. A diversidade agrada Maria Cazzamini Giraud, 70, conhecida como madame Giraud e uma das moradoras mais antigas do conjunto, que chegou em 1969, com o marido francês.
Ela gostou do novo endereço, onde ganhou vizinhos como Ciccilo Matarazzo, fundador do Museu de Arte Moderna de São Paulo, e passou a freqüentar, no térreo, um dos pontos mais badalados da época: a confeitaria Fasano, ponto de encontro da elite. Também passaram por lá o ditador cubano Fidel Castro, o cantor norte-americano Nat King Cole e a atriz alemã Marlene Dietrich.
A avenida ainda tinha casarões dos barões do café e a rua Augusta concentrava lojas chiques. Mas, com o tempo, o conjunto passou a abrigar agências de garotas de programa e pontos de venda de jóias roubadas. Devido à manutenção precária, um incêndio destruiu 25% do prédio em 1978.
Com o esforço dos moradores e da administração, o edifício resgatou parte de seu charme. "Não é como antes. O número de cinemas diminuiu e a Paulista é muito barulhenta, mas nunca pensei em me mudar", diz madame Giraud.

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