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"Isso aqui é uma cidade", diz síndica
DA REPORTAGEM LOCAL
"Isso aqui é uma cidade", diz
Vilma Paramezza, síndica do
Conjunto Nacional. A afirmação
faz sentido: todos os números são
exagerados. Por dia, o prédio recebe 30 mil pessoas e, por mês,
mais de 50 mil correspondências.
Tem 62 lojas, entre farmácias, livrarias e butiques, além de restaurantes, bancos e escritórios, por
exemplo. A diversidade agrada
Maria Cazzamini Giraud, 70, conhecida como madame Giraud e
uma das moradoras mais antigas
do conjunto, que chegou em 1969,
com o marido francês.
Ela gostou do novo endereço,
onde ganhou vizinhos como Ciccilo Matarazzo, fundador do Museu de Arte Moderna de São Paulo, e passou a freqüentar, no térreo, um dos pontos mais badalados da época: a confeitaria Fasano, ponto de encontro da elite.
Também passaram por lá o ditador cubano Fidel Castro, o cantor
norte-americano Nat King Cole e
a atriz alemã Marlene Dietrich.
A avenida ainda tinha casarões
dos barões do café e a rua Augusta
concentrava lojas chiques. Mas,
com o tempo, o conjunto passou
a abrigar agências de garotas de
programa e pontos de venda de
jóias roubadas. Devido à manutenção precária, um incêndio destruiu 25% do prédio em 1978.
Com o esforço dos moradores e
da administração, o edifício resgatou parte de seu charme. "Não é
como antes. O número de cinemas diminuiu e a Paulista é muito
barulhenta, mas nunca pensei em
me mudar", diz madame Giraud.
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