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Porta blindada não evita roubo a apartamento
DA REPORTAGEM LOCAL
Blindar a porta da entrada do
apartamento não evitou que ele
fosse assaltado na manhã de
ontem. A tentativa de ampliar a
segurança foi feita há cinco meses por uma família do condomínio Ponte Vecchio, em Moema, depois que outros prédios
do bairro sofreram arrastões.
Segundo o morador do apartamento, que tem 30 anos e não
quis se identificar por medo de
retaliação dos bandidos, a empregada desceu para comprar
pão às 7h e foi rendida pelos ladrões antes de sair.
Apesar de ter estranhado o
fato de ela retornar em apenas
dez minutos, a porta foi aberta
quando se viu pelo olho mágico que estava sozinha. Os assaltantes esperaram no elevador
até a porta abrir.
"Acordei com eles no meu
quarto. Usavam pistolas, revólveres e um estava com a máscara do filme "Pânico". Todos
que entraram no meu apartamento cobriam os rostos."
Após roubar jóias, dólares e
euros, o grupo manteve os condôminos reféns no refeitório
dos funcionários, na garagem.
Dois homens armados com fuzis vigiavam 30 pessoas.
Uma funcionária pública de
52 anos afirmou que foi colocado um alambrado embaixo da
rede elétrica há cerca de um
mês porque ela batia em plantas de um terreno abandonado
-e era acionado em vão.
Isso, no entanto, facilitou a
entrada dos assaltantes: um deles simplesmente cortou o
alambrado, entrou e rendeu o
porteiro. Depois, deixou os demais ladrões entrarem. "Todos
estavam com rádio e só um deles não usava capuz", afirmou
ela. A moradora fez um boletim de ocorrência e um retrato
falado no 96º DP (Brooklin).
Revoltados, outros moradores do prédio -que não foram
assaltados, mas também se
sentem inseguros-, cobram
uma ação "firme" da polícia em
relação aos arrastões.
"Graças a Deus eu não fui vítima desse assalto, tive sorte
por morar num andar alto.
Mas penso que os criminosos
deveriam ser punidos com pena de morte", disse Ruth dos
Santos Peres, 62. Para ela, essa
seria a única maneira de evitar
a violência, "que tem crescido
cada vez mais".
Segundo Ruth, seu filho costuma chegar de madrugada aos
domingos porque sai nas noites de sábado. Dessa vez, no entanto, ele já estava em casa
quando os ladrões chegaram e
fizeram reféns.
Para a professora Maria Regina Cazzaniga, a população deveria deixar de pagar impostos
por pelo menos um mês para
que o governo nas três instâncias -municipal, estadual e federal- seja pressionado a
combater a violência no país.
Ela mora no prédio há 12
anos e também blindou a porta
por medida de segurança. Seu
apartamento só não foi assaltado porque a empregada não
abriu a porta blindada quando
tocaram a campainha. Ela estava sozinha em casa e ficou em
silêncio absoluto para fingir
que não havia ninguém. Algumas vítimas do assalto, muito
abaladas, não quiseram comentar o episódio.
(AFRA BALAZINA E FABIANE LEITE)
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