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Piora saúde de
sequestradores
MALU GASPAR
da Reportagem Local
O estado de saúde dos sequestradores do empresário Abílio Diniz, em greve
de fome desde segunda-feira, piorou ontem.
Segundo o diretor de saúde do sistema penitenciário
de São Paulo, Paulo César
Sampaio, a pressão arterial
deles, exceto a do argentino
Humberto Paz, hipertenso,
baixou, e os batimentos
cardíacos diminuíram.
A chilena Maria Emília
Marchi ainda é a paciente
que causa mais preocupação. Ela urinou sangue e
apresenta hipoglicemia,
outra reação comum nos
sequestradores.
Hipoglicemia, a queda da
taxa de glicose no sangue,
causa dores de cabeça, sudorese (suor intenso) e pode levar a complicações
mais sérias, como a perda
de consciência. A evolução
de um quadro de hipoglicemia pode levar à morte.
A saúde da canadense
Christine Lamont também
preocupa o médico. Ontem, pelo segundo dia, ela
teve dores lombares.
Entre os homens, Sampaio afirmou que o paciente que causa mais preocupação é o canadense David
Spencer, apesar de não ser
o que tem as reações mais
evidentes. "Ele tem 56 kg e
é, visivelmente, o mais fraco", disse. Spencer é também o que mais perdeu peso até agora -3,2 kg.
Entre os homens, que até
agora estavam bem, segundo o médico, começaram
também a aparecer consequências da greve de fome.
O chileno Sergio Urtubia
vomitou, o também chileno Héctor Ramón teve dores lombares e Pedro Lembach, dores de cabeça.
Ética
O médico dos sequestradores já começou a se preocupar com o que fazer caso
que tenha de começar a ministrar medicamentos ou
alimentação aos sequestradores pela veia.
Ele disse que pedirá
orientação ao CRM (Conselho Regional de Medicina) e à Justiça sobre o que
fazer nesses casos.
"Estou preocupado, pois
tenho de respeitá-los, mas
não posso deixá-los morrer", disse o médico.
Segundo o presidente do
CRM, Pedro Paulo Monteleone, é justamente isso o
que recomenda o código de
ética médica -que o médico respeite a vontade do paciente que deseja fazer greve de fome, mas forneça o
tratamento necessário em
caso de perigo de vida.
Ontem, os sequestradores
divulgaram o comunicado
de número seis, dizendo
que estão dispostos a morrer se sua reivindicação, de
expulsar os estrangeiros e
indultar o brasileiro, não
for atendida.
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