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DESABAMENTO
Apartamentos deveriam ser desocupados por causa de congresso que lotou hotéis do Rio de Janeiro
Famílias do Palace resistem à desocupação
da Sucursal do Rio
Dez famílias de moradores do
condomínio Palace, na Barra da
Tijuca, cujo bloco 2 teve que ser
implodido após desabar parcialmente em fevereiro, recusaram-se
no início da tarde de ontem a deixar o Barra Leme Hotel Residência, onde estavam hospedados à
custa da Prefeitura do Rio.
Mesmo sabendo que teriam que
sair até meio-dia, os moradores
ainda estavam no hotel à noite, negociando. Vinte e cinco famílias
saíram de manhã. Todas tinham
sido avisadas de que teriam que
desocupar os apartamentos para
dar lugar a participantes do 13º
Congresso Internacional de Cardiologia.
O encontro, com 15 mil participantes, será realizado de 26 a 30 de
abril no Rio e lotou a rede hoteleira carioca pelos próximos dias. As
reservas, feitas com antecedência,
já foram pagas, informou a gerência do Barra Leme.
Segundo o hotel e o subprefeito
da Barra da Tijuca, Luiz Antonio
Guaraná, os moradores do Palace
1 poderão voltar em 1º de maio. As
famílias que resistiam alegavam
não ter opção de hospedagem até
lá: por causa do congresso, até
motéis estão ocupados.
89 famílias de moradores do Palace 1 estavam abrigadas em sete
hotéis, por causa de obras de reforço estrutural que estão sendo
feitas no prédio, que também
ameaçava desabar.
"Não tenho para onde ir", disse à
Folha Izildinha da Costa Carvalho, que morava no apartamento
1.301 do Palace 1. Abrigada no
apartamento 110 do Barra Leme
com o marido e os filhos, ela não
sabia o que fazer. Os dois não têm
na cidade parentes que possam recebê-los.
Outra moradora inconformada
com a incerteza era Noêmia Felippe, avó da deputada federal Vanessa Felippe (PFL-RJ). Ela contou
que em 23 de março recebeu um
comunicado sem assinatura, colocado sob a porta do apartamento
1.113 do Barra Leme, dizendo que
teria que sair do hotel.
"Entrei em contato com o gabinete de minha neta, em Brasília, e
pedi a uma assessora que perguntasse à Protel (administradora do
Barra Leme) o que estava acontecendo", contou. "A Protel disse
que tinha sido uma comissão dos
moradores. Quando o Luiz Antonio soube que eu, avó de uma deputada, encabeçava a lista das pessoas que iriam ser colocadas na
rua, mandou cancelar."
Ex-moradores do Palace 2 também viveram ontem um dia de dificuldades. O hotel Atlântico Sul,
disse-lhes que deveriam sair até
meio-dia de ontem. A gerência
alegava que a Sersan, responsável
pela hospedagem, não pagara pelos próximos dias. No fim da tarde, o hotel Saint Paul informou
que pagará na segunda-feira, e o
Atlântico Sul aceitou que os moradores permanecessem.
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