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Entidades médicas
defendem CPI do PAS
da Reportagem Local
Em meio a denúncias de corrupção, CPIs e pressões populares,
muitos defendem que este é o momento ideal para uma investigação
minuciosa do PAS.
"Os vereadores não poderiam
perder essa oportunidade histórica, aproveitando a mobilização social e o espaço na mídia para abrir
uma CPI do PAS", diz o presidente
do sindicato dos médicos, José Erivalder Guimarães Oliveira.
O sindicato reuniu denúncias recebidas contra o PAS em um dossiê
de 500 páginas. Segundo ele, há
queixas de pessoas que tiveram de
pagar para fazer a consulta e até de
médicos receitando remédios contra piolho por via oral.
Henrique Carlos Gonçalves, conselheiro do CRM e coordenador de
inspeções a unidades do PAS, também levanta a bandeira da CPI. "O
PAS movimenta bilhões de reais,
muito mais que o valor envolvido
na CPI da máfia da propina. É preciso saber o rumo desse dinheiro."
Nas últimas inspeções feitas pelo
CRM, Gonçalves diz que encontrou hospitais sucateados, sem
médicos, equipamentos e até medicamentos básicos. No hospital
do Tatuapé, por exemplo, a inspeção encontrou, no almoxarifado,
quantia excessiva de seringas descartáveis e fraldões para adultos.
No entanto, faltavam antibióticos
e remédios contra convulsão.
"O PAS não tem uma estrutura
de controle público efetivo. Cada
módulo recebe cerca de R$ 5 milhões por mês e ninguém tem controle desse dinheiro", diz Paulo
Eduardo Elias, professor da Faculdade de Medicina da USP e autor
de um livro sobre o PAS que está
prestes a ser lançado.
O secretário Saúde, Jorge Pagura,
diz não ter nada a esconder de nenhuma investigação. "Só acho que
o país está com excesso de CPIs.
Quem deve investigar qualquer suposta irregularidade são o Ministério Público e a Justiça."
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