São Paulo, Domingo, 18 de Abril de 1999
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Entidades médicas
defendem CPI do PAS

da Reportagem Local

Em meio a denúncias de corrupção, CPIs e pressões populares, muitos defendem que este é o momento ideal para uma investigação minuciosa do PAS.
"Os vereadores não poderiam perder essa oportunidade histórica, aproveitando a mobilização social e o espaço na mídia para abrir uma CPI do PAS", diz o presidente do sindicato dos médicos, José Erivalder Guimarães Oliveira.
O sindicato reuniu denúncias recebidas contra o PAS em um dossiê de 500 páginas. Segundo ele, há queixas de pessoas que tiveram de pagar para fazer a consulta e até de médicos receitando remédios contra piolho por via oral.
Henrique Carlos Gonçalves, conselheiro do CRM e coordenador de inspeções a unidades do PAS, também levanta a bandeira da CPI. "O PAS movimenta bilhões de reais, muito mais que o valor envolvido na CPI da máfia da propina. É preciso saber o rumo desse dinheiro."
Nas últimas inspeções feitas pelo CRM, Gonçalves diz que encontrou hospitais sucateados, sem médicos, equipamentos e até medicamentos básicos. No hospital do Tatuapé, por exemplo, a inspeção encontrou, no almoxarifado, quantia excessiva de seringas descartáveis e fraldões para adultos. No entanto, faltavam antibióticos e remédios contra convulsão.
"O PAS não tem uma estrutura de controle público efetivo. Cada módulo recebe cerca de R$ 5 milhões por mês e ninguém tem controle desse dinheiro", diz Paulo Eduardo Elias, professor da Faculdade de Medicina da USP e autor de um livro sobre o PAS que está prestes a ser lançado.
O secretário Saúde, Jorge Pagura, diz não ter nada a esconder de nenhuma investigação. "Só acho que o país está com excesso de CPIs. Quem deve investigar qualquer suposta irregularidade são o Ministério Público e a Justiça."


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