São Paulo, quarta-feira, 18 de maio de 2005

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Substituta é conhecida por ser "linha-dura"

DA REPORTAGEM LOCAL

A nova secretária da Saúde, Maria Cristina Cury, é médica pediatra, tem ainda especialização em saúde pública, e dirige a Faculdade de Medicina da Unisa (Universidade de Santo Amaro), de onde irá se afastar.
A Unisa mantém convênio com a prefeitura para o gerenciamento de equipes do programa Saúde da Família na zona sul. Ela é também superintendente dos hospitais estaduais, o do Grajaú (zona sul) e o de Francisco Morato (Grande SP), ambos gerenciados por organizações sociais, modelo que José Serra quer implantar.
Para Celina Maria de Oliveira, da executiva do Conselho Municipal de Saúde, Cury veio para consolidar o modelo, que desagrada integrantes do órgão por não exigir licitações nem concursos públicos.
Conhecida por ser "linha-dura" e por andar sempre com seguranças, Cury participou da campanha de Serra e declarou ontem o voto para vereador em Gilberto Natalini (PSDB), hoje secretário de Participação e Parceria, de quem é próxima.
Segundo José Amaral do Carmo, filiado ao PT e integrante do movimento de saúde na zona sul, Cury é conhecida por ter feito um bom trabalho no Grajaú, mas como outras unidades, o hospital tem problemas na fila de espera.
"Não tenho prioridades", disse a nova secretária. Ela afirma que ainda irá fazer um diagnóstico da pasta. O primeiro problema que o prefeito Serra pediu que fosse estudado é o dos medicamentos.
A prefeitura ainda não conseguiu deslanchar o programa de medicamentos entregues via Correio, promessa de Serra na campanha. E remédios continuam faltando nas unidades. Também o programa para gestantes, prioridade de Serra, patina, com falta de passes de ônibus para a locomoção das grávidas aos serviços de saúde.
O ex-secretário da Saúde, Claudio Lottenberg, disse que continuará a colaborar. "Eu não desisti, na verdade abri mão das funções como secretário, mas me propus a continuar uma série de projetos", afirmou logo após encontro com Cury e Serra.
"Não houve pressão nenhuma", afirmou ao ser questionado se Serra queria programas que rendessem mais marketing para sua administração.
Lottenberg, ex-presidente do principal hospital privado de São Paulo, o Albert Einstein -para onde irá voltar- enfrentou resistências do setor de saúde pública desde o início de sua gestão. (FABIANE LEITE)


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