São Paulo, quarta-feira, 18 de maio de 2005

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Itapecerica culpa lotes clandestinos

DA REDAÇÃO

Na Grande São Paulo, Itapecerica da Serra é a cidade que, desde 2000, combina um das taxas mais altas de crescimento do Estado (4,69%, bem superior à média de 1,6% por ano do Estado) com um alto índice de homicídios dolosos -são 43,82 para cada 100 mil habitantes, de acordo com estudo da Secretaria de Segurança Pública.
O prefeito da cidade, Jorge José Costa (PMDB), enxerga relação nos dois dados. Segundo ele, é nas regiões onde a população mais cresce que o crime se impõe.
Costa atribui o aumento da violência ao crescimento de loteamentos clandestinos nos bairros de divisa com São Paulo -o município margeia Jardim Ângela e Capão Redondo. "Essas regiões tinham 10 mil moradores e hoje têm 25 mil eleitores -os moradores devem estar em torno de 60 mil pessoas. É uma área bastante delicada, com um índice de homicídios problemático", aponta.
Para conter essa estatística, o prefeito afirma ter criado programas integrados com as polícias Civil e Militar de capacitação de guardas municipais de Itapecerica, que reforçam a patrulha nas regiões mais problemáticas.
O prefeito também utiliza outro dado para explicar a violência no município: segundo ele, algumas áreas de Itapecerica servem de desova de corpos de pessoas assassinadas nas cidades vizinhas, principalmente em São Paulo. Outra justificativa é a ausência de hospital próximo à área que faz limite com o Jardim Ângela -baleados nesse ponto, segundo ele, seriam atendidos no pronto-socorro do Jardim Jacira, a poucos quilômetros do bairro paulistano.
A vizinhança também tem dados parecidos com os da cidade. Embu Guaçu, no limite sul do município, tem taxa de 42,98 homicídios para cada 100 mil habitantes e crescimento médio anual de 4,45% de 2000 até 2005.

Itapecerica não pára
Costa admite que o crescimento da população na cidade deva aumentar mais nos próximos anos. Para ele, na região oeste, o município é o que ainda pode crescer.
Próxima de municípios populosos como São Paulo, Taboão da Serra e Osasco, a região registra altas taxas de crescimento populacional desde a década de 1990 -de 1991 até 2000, o índice foi de 4,79% por ano. Embora um pouco mais reduzido, o índice ainda é um dos maiores da região.
"Dos 39 municípios da região metropolitana, a maioria deles está na marca máxima de crescimento. Em Taboão da Serra, por exemplo, não há mais terrenos. Nossa cidade ainda vai crescer. Se deixar, cresce desgovernadamente", disse o prefeito, que diz ter encomendado um plano para adequar o crescimento da cidade.
(MSS)

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