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Itapecerica culpa lotes clandestinos
DA REDAÇÃO
Na Grande São Paulo, Itapecerica da Serra é a cidade que, desde
2000, combina um das taxas mais
altas de crescimento do Estado
(4,69%, bem superior à média de
1,6% por ano do Estado) com um
alto índice de homicídios dolosos
-são 43,82 para cada 100 mil habitantes, de acordo com estudo da
Secretaria de Segurança Pública.
O prefeito da cidade, Jorge José
Costa (PMDB), enxerga relação
nos dois dados. Segundo ele, é nas
regiões onde a população mais
cresce que o crime se impõe.
Costa atribui o aumento da violência ao crescimento de loteamentos clandestinos nos bairros
de divisa com São Paulo -o município margeia Jardim Ângela e
Capão Redondo. "Essas regiões
tinham 10 mil moradores e hoje
têm 25 mil eleitores -os moradores devem estar em torno de 60
mil pessoas. É uma área bastante
delicada, com um índice de homicídios problemático", aponta.
Para conter essa estatística, o
prefeito afirma ter criado programas integrados com as polícias
Civil e Militar de capacitação de
guardas municipais de Itapecerica, que reforçam a patrulha nas
regiões mais problemáticas.
O prefeito também utiliza outro
dado para explicar a violência no
município: segundo ele, algumas
áreas de Itapecerica servem de desova de corpos de pessoas assassinadas nas cidades vizinhas, principalmente em São Paulo. Outra
justificativa é a ausência de hospital próximo à área que faz limite
com o Jardim Ângela -baleados
nesse ponto, segundo ele, seriam
atendidos no pronto-socorro do
Jardim Jacira, a poucos quilômetros do bairro paulistano.
A vizinhança também tem dados parecidos com os da cidade.
Embu Guaçu, no limite sul do
município, tem taxa de 42,98 homicídios para cada 100 mil habitantes e crescimento médio anual
de 4,45% de 2000 até 2005.
Itapecerica não pára
Costa admite que o crescimento
da população na cidade deva aumentar mais nos próximos anos.
Para ele, na região oeste, o município é o que ainda pode crescer.
Próxima de municípios populosos como São Paulo, Taboão da
Serra e Osasco, a região registra
altas taxas de crescimento populacional desde a década de 1990
-de 1991 até 2000, o índice foi de
4,79% por ano. Embora um pouco mais reduzido, o índice ainda é
um dos maiores da região.
"Dos 39 municípios da região
metropolitana, a maioria deles está na marca máxima de crescimento. Em Taboão da Serra, por
exemplo, não há mais terrenos.
Nossa cidade ainda vai crescer. Se
deixar, cresce desgovernadamente", disse o prefeito, que diz ter encomendado um plano para adequar o crescimento da cidade.
(MSS)
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