da Reportagem Local

Grupos de adolescentes chegam alegres ao hospital, carregando um amigo. A psiquiatra Sandra Scivoletto já presenciou essa cena, onde a bebedeira acaba virando motivo de piada.
"Temos visto que os jovens se reúnem apenas para ficar altos. Não há nenhum prazer pela bebida." O comportamento já foi detectado por diretores e professores atentos às festas dos grêmios, onde, muitas vezes, a bebida é oferecida como principal atrativo.
Apesar da dificuldade em lidar com o tema, algumas escolas preparam programas preventivos. O colégio Bandeirantes criou um departamento, com 12 profissionais que são orientados por um psiquiatra.
"Preferimos colocar o assunto como se fizesse parte do currículo", diz a bióloga Maria Stella Zanini, coordenadora do programa.
Sílvia Gouvea, do Colégio Lourenço Castanho, diz que prefere assumir uma "linha dura".
"Nas festas juninas não colocamos quentão. Os alunos reclamam, dizem que somos pouco tolerantes e caretas. Mas estamos mostrando que dá para se divertir sem bebida", afirma.
Segundo a orientadora educacional do colégio Porto Seguro, Maria Zélia Dias, a prevenção às dependências é tratada nas disciplinas curriculares desde a 3ª série do ensino fundamental.
A escola, de acordo com Maria Zélia, trabalha com prevenção, valorizando a qualidade de vida, com orientação sexual, afetiva e vocacional.
Esse método de prevenção, chamado de linha ecológica, é o preferido por alguns psiquiatras, como Dartiu Xavier.
A orientadora, no entanto, afirma que o problema do álcool e das drogas não existe na escola, o que contraria os resultados de pesquisas feitas com estudantes.
No colégio Anglo Latino, o diretor Sérgio Arcuri admite que em certos casos a solução pode ser a expulsão do aluno.
"Isso não é comum, mas para tudo existe limite. Se detectarmos um aluno com problemas e não sentirmos receptividade da família para resolver a questão, contratando especialistas, por exemplo, podemos solicitar que o aluno saia." (GD e RK)


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