|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BRINDE DE AMOR
Mulher chegou a beber perfume e álcool
do Conselho Editorial
Tereza Cunha testemunhou
mulheres bebendo água de rosas, perfume e álcool. Ela própria se tornou uma mulher desesperada por bebida, capaz de
ingerir qualquer coisa. "O que
você puder imaginar provavelmente já foi ingerido por alguma mulher em desespero", diz.
Mãe de Rafael e Aline, Tereza,
hoje com 41 anos e bebendo desde a adolescência, deu todas as
baixarias possíveis nas cidades
em que viveu: Pelotas, Brasília e
Porto Alegre.
Foi aos poucos vendo como a
bebida, aparentemente inofensiva, se enraizava na rotina: "Já
não nos serve beber com os outros ou sozinhos, vendo televisão. Também bebemos limpando a casa. Fazendo almoço, antes e depois do banho."
Depois dos porres, oscilava
entre a depressão e o ódio a si
mesma. "Batia a cabeça na parede. Batia com força, com raiva
de mim." Quando sentiu que
perderia tudo, inclusive os filhos, ela pediu à irmã que a internasse. Ficou 17 dias reclusa.
De lá, continuou a terapia e
entrou na Associação do Alcoólatras Anônimos (AAA). Parou
com a bebida, sequer aceitava
convites de festas.
Decidiu, porém, transgredir
uma regra da AAA - sair do
anonimato. Sem medo do preconceito, ela escreveu o livro
"Companheiros... Por mais de
24 horas".
Em seu relato, conta o que
sentia e como derrotou a bebida. "Queria ver se dava, com
meu exemplo, para ajudar gente
que achava que não tinha jeito." Lembra-se de que aprendeu a fazer um brinde diferente:
"Ao completar mais estas 24
horas, quero fazer um brinde de
amor à vida".
(GD)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|