São Paulo, segunda, 18 de maio de 1998

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BRINDE DE AMOR
Mulher chegou a beber perfume e álcool

do Conselho Editorial

Tereza Cunha testemunhou mulheres bebendo água de rosas, perfume e álcool. Ela própria se tornou uma mulher desesperada por bebida, capaz de ingerir qualquer coisa. "O que você puder imaginar provavelmente já foi ingerido por alguma mulher em desespero", diz.
Mãe de Rafael e Aline, Tereza, hoje com 41 anos e bebendo desde a adolescência, deu todas as baixarias possíveis nas cidades em que viveu: Pelotas, Brasília e Porto Alegre.
Foi aos poucos vendo como a bebida, aparentemente inofensiva, se enraizava na rotina: "Já não nos serve beber com os outros ou sozinhos, vendo televisão. Também bebemos limpando a casa. Fazendo almoço, antes e depois do banho."
Depois dos porres, oscilava entre a depressão e o ódio a si mesma. "Batia a cabeça na parede. Batia com força, com raiva de mim." Quando sentiu que perderia tudo, inclusive os filhos, ela pediu à irmã que a internasse. Ficou 17 dias reclusa.
De lá, continuou a terapia e entrou na Associação do Alcoólatras Anônimos (AAA). Parou com a bebida, sequer aceitava convites de festas.
Decidiu, porém, transgredir uma regra da AAA - sair do anonimato. Sem medo do preconceito, ela escreveu o livro "Companheiros... Por mais de 24 horas".
Em seu relato, conta o que sentia e como derrotou a bebida. "Queria ver se dava, com meu exemplo, para ajudar gente que achava que não tinha jeito." Lembra-se de que aprendeu a fazer um brinde diferente: "Ao completar mais estas 24 horas, quero fazer um brinde de amor à vida". (GD)


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