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BRINDE COM ÁGUA
Jovem de classe média roubava
bebida em mercado
da Reportagem Local
Marcelo (nome fictício), 19,
perdeu a conta de quantas vezes
invadiu supermercados para
roubar uma garrafa de pinga e
sair bebendo pela rua.
Jovem de classe média, ele começou a beber quando tinha 13
anos. Só parou há pouco mais
de 20 dias, após duas repetências na escola e cinco acidentes
de trânsito -quatro neste ano.
O mais grave ocorreu na África do Sul, aos 17 anos. Após tomar uma bebida com 80% de
teor alcoólico, Marcelo pegou o
carro de um amigo e capotou.
Passou a noite na delegacia.
Também no Brasil ele enfrentou problemas com a polícia.
Foi pego duas vezes -uma em
São Paulo e outra no Rio de Janeiro- em favelas comprando
cocaína, vício que adquiriu no
ano passado.
Quando começou a beber,
Marcelo estudava num tradicional colégio da região central de
São Paulo. No 2º colegial, não
conseguia assistir uma aula sequer sem beber. Repetiu duas
vezes e acabou num supletivo.
Não sabe como passou no vestibular, após beber durante um
ano de cursinho. Passou numa
faculdade particular de engenharia, mas perdeu o primeiro
bimestre no bar.
Na última sexta-feira de abril,
Marcelo achou que iria morrer
após beber e cheirar durante 14
horas. "Percebi que precisava
de ajuda urgente." Ele procurou o NA (Narcóticos Anônimos) e está limpo desde então.
"Hoje já estou muito melhor.
Sentia um vazio muito grande
na época da dependência. Agora
estou aprendendo a lidar com
meus sentimentos."
Alcoólicos Anônimos: (011) 225-9333; Narcóticos Anônimos: (011) 242-9733.
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