São Paulo, sábado, 18 de julho de 1998

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REMÉDIOS FALSOS
Uma empresa não possui alvará e outra apresenta irregularidades como a venda de amostras grátis
MG tem mais 2 distribuidoras fechadas

Lili Martins/Folha Imagem
Fachada da drogaria Monte Verde, na zona leste de São Paulo, que foi fechada ontem por vender medicamentos vencidos


RANIER BRAGON
em Belo Horizonte


Mais duas distribuidoras de remédios clandestinas foram interditadas ontem em Minas Gerais.
A Resende Produtos Farmacêuticos LTDA., que funcionava irregularmente na zona oeste de Belo Horizonte, possuía dois depósitos onde armazenava medicamento e não tinha alvará da Vigilância Sanitária para estar funcionando.
Segundo informações de fiscais da Vigilância Sanitária de Minas Gerais que fizeram inspeção nos dois galpões da distribuidora Resende, não há nenhuma outra irregularidade na empresa.
A distribuidora, que pertence a Breno Resende da Silva, pode voltar a funcionar caso regularize sua situação junto à Secretaria Estadual da Saúde. Os fiscais da Vigilância estão realizando inspeções desde anteontem no local.
Uma Kombi alugada por uma distribuidora de Leopoldina (385 km de Belo Horizonte) foi retida pela polícia quando chegava para entregar três caixas de remédios (xaropes e descongestionantes nasais) à distribuidora Resende.
As caixas, junto com todo o estoque dos dois galpões da Resende, foram apreendidas (retenção cautelar) até a conclusão do processo aberto pela Vigilância Sanitária. A Kombi foi liberada.
A Agência Folha ligou ontem para o telefone que consta para Breno Resende Silva na lista telefônica de Belo Horizonte. Uma mulher atendeu e disse que iria chamá-lo. Um homem atendeu e, após ouvir a identificação da reportagem, disse que Silva não morava ali e que não o conhecia.
A Distribuidora de Produtos Farmacêuticos Hosp Nova, de Ponte Nova (190 Km de Belo Horizonte), também foi fechada por policiais civis, PMs e pela Vigilância Sanitária da cidade.
A distribuidora, segundo a Polícia Militar de Ponte Nova, acondicionava medicamentos de forma indevida, vendia amostras grátis e estocava remédios com embalagens suspeitas.
Só nas últimas duas semanas, oito distribuidoras foram interditadas em Minas Gerais por estar funcionando irregularmente. Na maioria das vezes, a Vigilância Sanitária chegou às distribuidoras por meio de denúncias anônimas.
Outra denúncia anônima levou a PM do Estado a encontrar um pacote com 28 caixas do remédio Buspanil abandonado em uma rua de Belo Horizonte.
O remédio é calmante e sua venda exige a retenção da receita. Todas as caixas do remédio (lote 804601) indicavam data de validade vencida. Os medicamentos foram repassados à Vigilância.



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