São Paulo, domingo, 18 de setembro de 2005 |
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SOBREVIDA BREVE Médicos, porém, não atribuem óbito à cirurgia com células-tronco Paciente morreu em Ribeirão
DA FOLHA RIBEIRÃO O primeiro transplante de medula óssea com células-tronco em Ribeirão Preto foi feito no dia 2 de janeiro deste ano, no professor de educação física Isaac Miguel do Nascimento, 60, de Recife (PE), que passou por cirurgia para o tratamento da esclerose lateral amiotrófica. É a mesma enfermidade que acomete o banqueiro paulista que entrou na Justiça para ter direito de realizar a cirurgia. O professor morreu no mês de abril, vítima de uma embolia pulmonar, segundo o imunologista e especialista em células-tronco Júlio César Voltarelli, responsável pelas pesquisas no hospital de Ribeirão Preto. Porém, os médicos envolvidos no caso não atribuem a morte à cirurgia, já que o professor tinha outros problemas de saúde. A cirurgia foi bancada pelo SUS (Sistema Único de Saúde) porque, além da esclerose, ele era portador de uma pré-leucemia -o que poderia agravar a progressão da própria esclerose. Apesar da morte, o resultado foi considerado positivo pelos médicos porque, oito dias após a cirurgia, o corpo já havia passado a produzir glóbulos brancos -quando o transplante é feito, o nível fica em zero. Apesar disso, segundo a opinião de médicos, a morte do paciente impediu que houvesse uma avaliação mais precisa da eficácia desse tipo de cirurgia. "O processo foi bem conduzido, mas o paciente teve essa complicação, que não acreditamos ter sido causada pelo transplante", avaliou Voltarelli. Segundo Voltarelli, o objetivo da cirurgia foi o de retardar de maneira mais eficaz ou até mesmo interromper a progressão da esclerose do paciente. Mais recursos A intenção do médico é ampliar algumas linhas de pesquisa no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto com recursos que serão enviados pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) nos próximos dois anos. Até hoje, foram realizadas cerca de 60 cirurgias envolvendo células-tronco no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e no Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo. Os dois hospitais mantêm uma parceria nessa linha de pesquisa. Texto Anterior: Pesquisa com humanos exige aval de conselho Próximo Texto: Danuza Leão: A tal da maturidade Índice |
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