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ÉTICA MÉDICA
Aeronautas têm que responder perguntas sobre vida sexual
Deputada indaga Aeronáutica
sobre formulário ginecológico
DANIEL NASCIMENTO DE CASTRO
da Reportagem Local
A deputada federal Marta Suplicy (PT-SP) encaminhou ontem
à Câmara dos Deputados um requerimento de informação para
obter esclarecimentos do Ministério da Aeronáutica quanto ao formulário ginecológico exigido na
revalidação do Certificado de Capacitação Física das aeronautas.
A reportagem sobre o formulário foi publicada ontem pela Folha. O DAC (Departamento de
Aviação Civil) exige que as comissárias de vôo preencham o formulário para continuar exercendo a
profissão. Elas são obrigadas a responder sobre virgindade, aborto e
vida sexual.
No requerimento, a deputada
exige explicações, dentro de 30
dias, sobre as exigências consideradas antiéticas pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo.
"Quero saber qual a importância para a segurança de um vôo e
para o trabalho das comissárias de
informações sobre virgindade,
aborto ou vida sexual ativa", diz.
A deputada questiona ainda o fato de serem feitas exigências que
ferem tanto a Constituição quanto
o Código de Ética Médica.
"É uma manifestação de desrespeito à mulher, já que ela está numa situação de submissão", diz.
Outro item levantado por ela foi
sobre o exame dos homens. "Quero saber se os homens (aeronautas) também precisam passar por
situações semelhantes."
Segundo alguns comissários de
vôo, que não se identificaram, não
há um formulário equivalente.
Rosiska de Oliveira, presidente
do Conselho Nacional dos Direitos
da Mulher, diz que o formulário é
"descabido e invade a privacidade
da mulher".
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