São Paulo, quinta, 18 de setembro de 1997.



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ÉTICA MÉDICA
Aeronautas têm que responder perguntas sobre vida sexual
Deputada indaga Aeronáutica sobre formulário ginecológico

DANIEL NASCIMENTO DE CASTRO
da Reportagem Local

A deputada federal Marta Suplicy (PT-SP) encaminhou ontem à Câmara dos Deputados um requerimento de informação para obter esclarecimentos do Ministério da Aeronáutica quanto ao formulário ginecológico exigido na revalidação do Certificado de Capacitação Física das aeronautas.
A reportagem sobre o formulário foi publicada ontem pela Folha. O DAC (Departamento de Aviação Civil) exige que as comissárias de vôo preencham o formulário para continuar exercendo a profissão. Elas são obrigadas a responder sobre virgindade, aborto e vida sexual.
No requerimento, a deputada exige explicações, dentro de 30 dias, sobre as exigências consideradas antiéticas pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo.
"Quero saber qual a importância para a segurança de um vôo e para o trabalho das comissárias de informações sobre virgindade, aborto ou vida sexual ativa", diz.
A deputada questiona ainda o fato de serem feitas exigências que ferem tanto a Constituição quanto o Código de Ética Médica.
"É uma manifestação de desrespeito à mulher, já que ela está numa situação de submissão", diz.
Outro item levantado por ela foi sobre o exame dos homens. "Quero saber se os homens (aeronautas) também precisam passar por situações semelhantes."
Segundo alguns comissários de vôo, que não se identificaram, não há um formulário equivalente.
Rosiska de Oliveira, presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, diz que o formulário é "descabido e invade a privacidade da mulher".



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