São Paulo, sexta-feira, 18 de outubro de 2002

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P-34

Após estabilizar navio e eliminar risco de afundamento, empresa inicia investigação que deverá ser concluída em 30 dias

Petrobras investiga causas de acidente com plataforma

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Após conseguir ontem estabilizar a plataforma P-34, que não corre mais risco de afundar, a Petrobras iniciou investigações que apontarão as causas do acidente. A P-34 ficou adernada por quatro dias, na bacia de Campos (RJ).
Com o objetivo de colher provas, embarcaram ontem na plataforma técnicos da empresa e peritos da Marinha. Eles buscaram boletins e registros das operações realizadas na P-34 antes do acidente. Os membros da comissão mista da ANP (Agência Nacional do Petróleo) e da Marinha, criada para investigar o acidente, também estiveram na plataforma.
Uma pane elétrica no domingo impediu que as válvulas que interligam os 17 tanques de água e de óleo fossem fechadas. Isso causou o acúmulo de 11 milhões de litros de óleo no lado esquerdo da embarcação, desequilibrando-a.
São três pontos a serem esclarecidos: a causa da falha elétrica, por que os geradores de energia não funcionaram e de que forma a pane afetou o comando automático de fechamento das válvulas.
Com a pane, o comando das válvulas, segundo a Petrobras, foi afetado, por motivos desconhecidos. Em caso de acidente, elas são programadas para fechar automaticamente, o que não ocorreu. A Petrobras espera esclarecer em 30 dias as causas do acidente.
Técnicos que trabalharam ontem na P-34 restabeleceram os sistemas de segurança, de combate a incêndio, de ar-condicionado e de auxílio à navegação. A Petrobras informou que não há um prazo para a P-34 voltar a produzir petróleo, o que só ocorrerá após uma inspeção em todas as unidades. Em quatro dias parada, a perda já chega a US$ 2,7 milhões, segundo especialistas.
O presidente do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense, Fernando Carvalho, disse não ser possível reparar a P-34 em alto-mar -ela está a 80 km da costa de Macaé, a 840 m de profundidade. Segundo ele, o sistema elétrico terá de ser consertado com a plataforma num estaleiro. Carvalho diz que a P-34 já apresentou duas panes elétricas -uma em maio e outra em dezembro de 1998.
O coordenador-geral da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Antônio Carrara, disse que a ANP o informou, anteontem, que estuda aumentar a segurança nas plataformas.


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