São Paulo, sábado, 18 de novembro de 2006

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Associações de pilotos criticam governo e cobram liberação dos dois americanos

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE NOVA YORK

Duas associações internacionais de pilotos protestaram ontem contra o que chamam de "rumores" e "acusações infundadas" que pesam sobre os americanos Joe Lepore e Jan Paul Paladino. Os dois conduziam o Legacy-600 da empresa de táxi aéreo ExcelAire que colidiu no ar com o Boeing-737 da Gol e estão proibidos de deixar o Brasil por decisão judicial.
Juntas, a Ifalpa (Federação Internacional das Associações de Pilotos, na sigla em inglês) e a Alpa (Associação de Pilotos de Companhias Aéreas) representam 161 mil profissionais.
"Apenas fatos contraditórios, rumores e acusações infundadas têm vindo do governo brasileiro", diz a nota.
A pedido do Ministério Público e por ordem da Justiça, os passaportes de Lepore e Paladino foram apreendidos pela Polícia Federal. Para as associações, a medida "reflete uma perturbação na aviação mundial ao impor sanções criminais a pessoas envolvidas em acidentes aéreos".
"Processos penais são raros nos EUA. É injusto e ilegal em todos as hipóteses, salvo em algumas raras exceções. Pior: vai contra o interesse público na prevenção de futuros acidentes porque inibe a abertura de informações cruciais na investigação", segue o documento.
Por fim, o texto faz uma exigência. "Não há razão válida para que os pilotos da ExcelAire continuem detidos. Assim, a Federação exige que as autoridades brasileiras devolvam imediatamente os passaportes para que eles possam voltar para casa o mais rápido possível", concluem a Alpa e a Ifalpa.
A PF disse, por meio de sua assessoria, que o atraso na definição da situação dos pilotos se deve à falta de acesso ao material de investigação, que atualmente está com a Aeronáutica. Indagada sobre a possibilidade de ouvir os pilotos do Legacy no exterior, a assessoria repetiu a resposta, insinuando que o delegado Renato Sayão, responsável pelo inquérito do caso, prefere ouvi-los no Brasil.
O juiz federal que cuida do caso, Charles Frazão de Moraes, de Sinop (MT), disse, por sua assessoria, que desconhece a exigência feita pelas duas associações de pilotos.


Colaboraram a Sucursal de Brasília e a Agência Folha


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