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Associações de pilotos criticam governo e cobram liberação dos dois americanos
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE NOVA YORK
Duas associações internacionais de pilotos protestaram ontem contra o que chamam de
"rumores" e "acusações infundadas" que pesam sobre os
americanos Joe Lepore e Jan
Paul Paladino. Os dois conduziam o Legacy-600 da empresa
de táxi aéreo ExcelAire que colidiu no ar com o Boeing-737 da
Gol e estão proibidos de deixar
o Brasil por decisão judicial.
Juntas, a Ifalpa (Federação Internacional das Associações de
Pilotos, na sigla em inglês) e a
Alpa (Associação de Pilotos de
Companhias Aéreas) representam 161 mil profissionais.
"Apenas fatos contraditórios,
rumores e acusações infundadas têm vindo do governo brasileiro", diz a nota.
A pedido do Ministério Público e por ordem da Justiça, os
passaportes de Lepore e Paladino foram apreendidos pela Polícia Federal. Para as associações, a medida "reflete uma
perturbação na aviação mundial ao impor sanções criminais
a pessoas envolvidas em acidentes aéreos".
"Processos penais são raros
nos EUA. É injusto e ilegal em
todos as hipóteses, salvo em algumas raras exceções. Pior: vai
contra o interesse público na
prevenção de futuros acidentes
porque inibe a abertura de informações cruciais na investigação", segue o documento.
Por fim, o texto faz uma exigência. "Não há razão válida para que os pilotos da ExcelAire
continuem detidos. Assim, a
Federação exige que as autoridades brasileiras devolvam
imediatamente os passaportes
para que eles possam voltar para casa o mais rápido possível",
concluem a Alpa e a Ifalpa.
A PF disse, por meio de sua
assessoria, que o atraso na definição da situação dos pilotos se
deve à falta de acesso ao material de investigação, que atualmente está com a Aeronáutica.
Indagada sobre a possibilidade
de ouvir os pilotos do Legacy no
exterior, a assessoria repetiu a
resposta, insinuando que o delegado Renato Sayão, responsável pelo inquérito do caso, prefere ouvi-los no Brasil.
O juiz federal que cuida do
caso, Charles Frazão de Moraes, de Sinop (MT), disse, por
sua assessoria, que desconhece
a exigência feita pelas duas associações de pilotos.
Colaboraram a Sucursal de Brasília e a Agência
Folha
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