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Convênio e redução de penas são prioridades
da Reportagem Local
Além de parcerias com entidades civis que administrem os presídios, o novo secretário, Nagashi
Furukawa, elegeu o aumento da
fiscalização das penas alternativas
e a progressão de regime como
prioridades de sua gestão.
"Só neste ano, o sistema penitenciário paulista recebeu 11 mil
presos -mil por mês. Para isso,
seria preciso construir dois presídios de média capacidade a cada
30 dias. Isso é impossível. Não há
espaço nem dinheiro", disse o novo secretário. "O sistema penitenciário é hoje como uma banheira
com torneira aberta e ralo fechado. É hora de fechar a torneira ou
abrir o ralo."
Para Furukawa, abrir o ralo significa diminuir o número de presos. "Não estou falando de impunidade, mas de progressão de regime e de penas alternativas."
São Paulo tem hoje cerca de 85
mil presos -um quarto da população carcerária do país. Pelas estatísticas, no entanto, dos 49 mil já
condenados, apenas 0,4% receberam sentenças alternativas. Eles
ocupam 183 das 1.964 vagas para
serviços comunitários.
"Em Bragança, uma cidade com
130 mil habitantes, temos 140 presos prestando serviços à comunidade. Acredito que uma cidade
como São Paulo -cem vezes
maior- possa ter muito mais vagas", disse o secretário.
Furukawa acredita que os juízes
deixem de aplicar as penas alternativas porque há deficiências em
sua fiscalização. Por isso, afirmou,
vai nos próximos dias fazer uma
análise do departamento responsável por tal fiscalização para
diagnosticar o que lhe falta.
O secretário encaminhou ontem de manhã uma sugestão à comissão que estuda a reforma da
Lei de Execuções Penais.
Pela proposta, o preso progrediria de regime -de fechado para
semi-aberto e aberto- automaticamente, exceto se o Estado, por
seu prontuário, provasse que ele
oferece riscos à comunidade.
Hoje, o preso passa por um exame criminológico -feito por
uma junta técnica. Como há falta
de técnicos, cerca de 20% dos presos do Estado atrás das grades,
apesar de já terem condições de
mudar de regime.
(SC)
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