São Paulo, segunda-feira, 18 de dezembro de 2000

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VIOLÊNCIA
Por exigência dos detentos, comissão de familiares acompanhou conversas entre rebelados e a direção do presídio
Negociação com presos recomeça hoje

DA FOLHA VALE

A negociação com os presos rebelados da Casa de Custódia de Taubaté foi suspensa oficialmente às 21h30 de ontem, segundo anúncio feito pelo subcomandante da Polícia Militar no Vale do Paraíba, coronel Paulo Máximo. O reinício estava previsto para as 7h de hoje.
Após a interrupção das negociações, a juíza-corregedora Sueli Armani Zeraik e o diretor da Casa de Custódia, Ismael Pedrosa, saíram do presídio sem dar informações à imprensa. Nenhuma outra pessoa foi autorizada a dar informações sobre Francisco de Assis Pereira, o "maníaco do parque".
Apesar de a rebelião na Casa de Custódia de Taubaté ter começado por volta das 8h, os responsáveis por negociar as exigências feitas pelos presos só chegaram ao local às 16h20, e as negociações só foram iniciadas às 18h10, cerca de dez horas após o início do motim.
Segundo informações do diretor-adjunto do presídio, Edson Alves dos Santos, Pedrosa estava viajando quando teve início a rebelião. O diretor só chegou ao presídio às 16h20, acompanhado da juíza-corregedora e do comandante da PM no Vale do Paraíba e litoral norte, coronel Sebastião Souza Pinto. O diretor e a juíza entraram na Casa de Custódia para negociar com os presos.
Até a chegada da Tropa de Choque da PM de São Paulo -com 60 homens em dois caminhões, duas minivans e duas picapes- e de policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), havia apenas 12 carros da PM, todos de Taubaté, cercando o presídio.
As negociações começaram por volta das 18h10, mas às 18h50 os presos exigiram a presença de uma comissão formada por cinco familiares dos presos para continuar a negociação. A exigência foi atendida pela direção do local.
A maior preocupação dos rebelados e dos familiares durante a negociação era que a polícia entrasse no presídio.
Os rebelados, segundo informações da polícia, teriam montado uma barricada com botijões de gás e maçaricos.
A rebelião na Casa de Custódia de Taubaté é a segunda com mortes a ocorrer na cidade em menos de um mês.
No dia 25 de novembro, três presos foram mortos, sete ficaram feridos, oito fugiram e quatro policiais ficaram reféns por mais de 33 horas em rebelião que destruiu as 18 celas da Cadeia Pública, que tem capacidade para 80 presos, mas abrigava 310.



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