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VIOLÊNCIA
Por exigência dos detentos, comissão de familiares acompanhou conversas entre rebelados e a direção do presídio
Negociação com presos recomeça hoje
DA FOLHA VALE
A negociação com os presos rebelados da Casa de Custódia de
Taubaté foi suspensa oficialmente
às 21h30 de ontem, segundo
anúncio feito pelo subcomandante da Polícia Militar no Vale do
Paraíba, coronel Paulo Máximo.
O reinício estava previsto para as
7h de hoje.
Após a interrupção das negociações, a juíza-corregedora Sueli
Armani Zeraik e o diretor da Casa
de Custódia, Ismael Pedrosa, saíram do presídio sem dar informações à imprensa. Nenhuma outra
pessoa foi autorizada a dar informações sobre Francisco de Assis
Pereira, o "maníaco do parque".
Apesar de a rebelião na Casa de
Custódia de Taubaté ter começado por volta das 8h, os responsáveis por negociar as exigências feitas pelos presos só chegaram ao
local às 16h20, e as negociações só
foram iniciadas às 18h10, cerca de
dez horas após o início do motim.
Segundo informações do diretor-adjunto do presídio, Edson
Alves dos Santos, Pedrosa estava
viajando quando teve início a rebelião. O diretor só chegou ao
presídio às 16h20, acompanhado
da juíza-corregedora e do comandante da PM no Vale do Paraíba e
litoral norte, coronel Sebastião
Souza Pinto. O diretor e a juíza
entraram na Casa de Custódia para negociar com os presos.
Até a chegada da Tropa de Choque da PM de São Paulo -com
60 homens em dois caminhões,
duas minivans e duas picapes- e
de policiais do Gate (Grupo de
Ações Táticas Especiais), havia
apenas 12 carros da PM, todos de
Taubaté, cercando o presídio.
As negociações começaram por
volta das 18h10, mas às 18h50 os
presos exigiram a presença de
uma comissão formada por cinco
familiares dos presos para continuar a negociação. A exigência foi
atendida pela direção do local.
A maior preocupação dos rebelados e dos familiares durante a
negociação era que a polícia entrasse no presídio.
Os rebelados, segundo informações da polícia, teriam montado
uma barricada com botijões de
gás e maçaricos.
A rebelião na Casa de Custódia
de Taubaté é a segunda com mortes a ocorrer na cidade em menos
de um mês.
No dia 25 de novembro, três
presos foram mortos, sete ficaram
feridos, oito fugiram e quatro policiais ficaram reféns por mais de
33 horas em rebelião que destruiu
as 18 celas da Cadeia Pública, que
tem capacidade para 80 presos,
mas abrigava 310.
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