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Problemas têm de ser corrigidos
DA REPORTAGEM LOCAL
Os pais podem ajudar no tratamento da criança com problemas
na fala, ensinando-a a pronunciar
corretamente as palavras. "O
adulto instiga a criança a falar errado achando que isso é bonitinho", alerta a fonoaudióloga Zelita Caldeira Ferreira Guedes.
Por exemplo, se a criança tiver a
língua presa, vai falar "o binco da
pincesa é banco". O pais deveriam, delicadamente, repetir para
o filho a frase correta.
Outra medida importante é evitar que a criança use chupetas,
mamadeiras ou adquira o hábito
de chupar o dedo, que podem levar às alterações dentárias e, consequentemente, ao ceceio.
"Quando há espaço entre os dentes, a língua tende a ocupá-lo",
afirma Guedes.
Em razão disso, em vez de o
som ser feito atrás dos dentes,
acaba sendo produzido entre eles,
na frente ou na lateral deles.
Crianças que respiram pela boca desenvolvem uma postura incorreta da língua (espalhada no
soalho da boca) e dos lábios (sempre abertos). Isso acarreta flacidez
da musculatura oral e da face, podendo até alterar a fisionomia.
A flacidez dos músculos aliada à
postura inadequada da língua e
dos lábios facilita a projeção lingual durante a deglutição e a pronúncia errada dos fonemas.
Segundo o ortodontista José Rino Neto, 39, professor da USP
(Universidade de São Paulo), esses fatores alteram a posição dos
dentes levando a problemas como a mordida aberta (incisivos
em forma de arco) e a diminuição
da arcada superior.
Nessas situações, afirma Rino
Neto, é aconselhável o uso de aparelhos ortodônticos (removíveis
ou fixos). O tratamento dura em
média dois anos. Em alguns casos, é preciso fazer uma cirurgia
para expandir a arcada dentária.
Essas alterações dentárias dificultam ainda mais o fechamento
da boca favorecendo a manutenção da postura inadequada e da
flacidez da musculatura oral e facial. Uma dica às mães é espalhar
adesivos com boca fechada nos
locais da casa onde a criança costuma permanecer mais tempo.
Segundo a fonoaudióloga Irene
Marchesan, a alteração da respiração, da deglutição e da fala produzem e mantêm as alterações
dentárias. "É preciso um trabalho
multidisciplinar. Se a criança respira pela boca, tem de ser avaliada
por um otorrinolaringologista. Se
tiver problemas dentários, deve
passar por um ortodontista."
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