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São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 2003

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Problemas têm de ser corrigidos

DA REPORTAGEM LOCAL

Os pais podem ajudar no tratamento da criança com problemas na fala, ensinando-a a pronunciar corretamente as palavras. "O adulto instiga a criança a falar errado achando que isso é bonitinho", alerta a fonoaudióloga Zelita Caldeira Ferreira Guedes.
Por exemplo, se a criança tiver a língua presa, vai falar "o binco da pincesa é banco". O pais deveriam, delicadamente, repetir para o filho a frase correta.
Outra medida importante é evitar que a criança use chupetas, mamadeiras ou adquira o hábito de chupar o dedo, que podem levar às alterações dentárias e, consequentemente, ao ceceio. "Quando há espaço entre os dentes, a língua tende a ocupá-lo", afirma Guedes.
Em razão disso, em vez de o som ser feito atrás dos dentes, acaba sendo produzido entre eles, na frente ou na lateral deles.
Crianças que respiram pela boca desenvolvem uma postura incorreta da língua (espalhada no soalho da boca) e dos lábios (sempre abertos). Isso acarreta flacidez da musculatura oral e da face, podendo até alterar a fisionomia.
A flacidez dos músculos aliada à postura inadequada da língua e dos lábios facilita a projeção lingual durante a deglutição e a pronúncia errada dos fonemas.
Segundo o ortodontista José Rino Neto, 39, professor da USP (Universidade de São Paulo), esses fatores alteram a posição dos dentes levando a problemas como a mordida aberta (incisivos em forma de arco) e a diminuição da arcada superior.
Nessas situações, afirma Rino Neto, é aconselhável o uso de aparelhos ortodônticos (removíveis ou fixos). O tratamento dura em média dois anos. Em alguns casos, é preciso fazer uma cirurgia para expandir a arcada dentária.
Essas alterações dentárias dificultam ainda mais o fechamento da boca favorecendo a manutenção da postura inadequada e da flacidez da musculatura oral e facial. Uma dica às mães é espalhar adesivos com boca fechada nos locais da casa onde a criança costuma permanecer mais tempo.
Segundo a fonoaudióloga Irene Marchesan, a alteração da respiração, da deglutição e da fala produzem e mantêm as alterações dentárias. "É preciso um trabalho multidisciplinar. Se a criança respira pela boca, tem de ser avaliada por um otorrinolaringologista. Se tiver problemas dentários, deve passar por um ortodontista."



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