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A BOLSISTA
Médica ganhou bolsa do Instituto Rio Branco
"Minoria eu já sou há muito tempo"
DA SUCURSAL DO RIO
Ex-aluna de escola e universidade públicas no Rio, a médica Marise Nogueira Guebel, 39,
mudou de carreira com a ajuda
de um programa de ação afirmativa: disputou e ganhou a
bolsa do Instituto Rio Branco
para candidatos negros à carreira diplomática. Durante dez
meses, recebeu uma verba total
de R$ 15 mil para se preparar
para o concurso. Dos 20 bolsistas, ela foi a única aprovada.
Hoje, cursa o Rio Branco.
"Minoria eu já sou há muito
tempo", afirmou Guebel, dizendo estar acostumada a ver
poucos negros nas escolas e
empregos por onde passou.
Vinda de uma família de classe média baixa, ela disse que
sempre enfrentou situações de
discriminação. "No hospital,
residentes que não me conheciam se dirigiam a um subordinado para pedir esclarecimentos, sem acreditar que a médica
era eu", contou.
Para conseguir uma das 20
bolsas, ela disputou com cerca
de 400 candidatos. Estudou e
passou na difícil prova do Rio
Branco. O instituto não estabelece cotas para negros, por entender que isso romperia critérios tradicionais na instituição,
como mérito e excelência. Concede as bolsas, e os bolsistas fazem a mesma prova que os demais candidatos.
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