São Paulo, segunda-feira, 19 de janeiro de 2004

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A BOLSISTA

Médica ganhou bolsa do Instituto Rio Branco

"Minoria eu já sou há muito tempo"

DA SUCURSAL DO RIO

Ex-aluna de escola e universidade públicas no Rio, a médica Marise Nogueira Guebel, 39, mudou de carreira com a ajuda de um programa de ação afirmativa: disputou e ganhou a bolsa do Instituto Rio Branco para candidatos negros à carreira diplomática. Durante dez meses, recebeu uma verba total de R$ 15 mil para se preparar para o concurso. Dos 20 bolsistas, ela foi a única aprovada. Hoje, cursa o Rio Branco.
"Minoria eu já sou há muito tempo", afirmou Guebel, dizendo estar acostumada a ver poucos negros nas escolas e empregos por onde passou.
Vinda de uma família de classe média baixa, ela disse que sempre enfrentou situações de discriminação. "No hospital, residentes que não me conheciam se dirigiam a um subordinado para pedir esclarecimentos, sem acreditar que a médica era eu", contou.
Para conseguir uma das 20 bolsas, ela disputou com cerca de 400 candidatos. Estudou e passou na difícil prova do Rio Branco. O instituto não estabelece cotas para negros, por entender que isso romperia critérios tradicionais na instituição, como mérito e excelência. Concede as bolsas, e os bolsistas fazem a mesma prova que os demais candidatos.


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