São Paulo, segunda-feira, 19 de janeiro de 2004

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ENSINO

Objetivo é verificar cursos oferecidos por ONGs e secretarias de educação

"Provão" vai avaliar alfabetizados

LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Cerca de 1.200 jovens e adultos que terminaram o programa Brasil Alfabetizado vão passar, a partir deste mês, por um tipo de "Provão" para avaliar a qualidade do curso oferecido por organizações não-governamentais e secretarias de educação.
São 3,255 milhões de estudantes em processo de alfabetização, segundo o Ministério da Educação. Cerca de 500 mil já terminaram o curso, que dura de seis a oito meses. O restante deve finalizar em abril. O Brasil Alfabetizado, um dos principais projetos do ministério, pretende atender 20 milhões de analfabetos até 2006. Para este ano a meta é atingir 6 milhões de alunos.
A avaliação consistirá em uma prova, oral e escrita, para analisar se o formando é capaz de ler e escrever um texto simples. A escolha dos estudantes avaliados foi feita a partir de uma metodologia desenvolvida para o programa.
Cabe ao governo federal pagar R$ 15 mensais por aluno e R$ 80 por alfabetizador capacitado pela instituição. No ano passado, o MEC investiu R$ 175,7 milhões. A previsão para este ano é de um investimento de R$ 189 milhões. Atualmente são 106 mil alfabetizadores trabalhando em cerca de 1.800 municípios.
A avaliação do programa inclui ainda um questionário a ser respondido pelo alfabetizador e outro pela entidade conveniada com o MEC. "Pretendemos analisar também o nível de conhecimento quando o aluno entrou no programa", diz a consultora Vera Masagão, da ONG Ação Educativa e responsável pela avaliação.
No final do curso, os alunos deverão escrever um texto a ser enviado ao ministério. Segundo o secretário de Erradicação do Analfabetismo, João Luiz Homem de Carvalho, serão selecionados textos para checagem. Técnicos vão comparar a redação ao histórico do aluno.
O ministério incluiu ainda exigência de um cadastro de todos os estudantes e o registro do alfabetizador. As exigências renderam contestações de que o programa aumentou a burocracia.
Dados sobre analfabetismo também renderam divergências entre petistas e tucanos. No final do ano passado, o IBGE divulgou que 24 milhões de brasileiros com cinco anos ou mais são analfabetos. No entanto, para comparações internacionais, o corte mais usado é o de analfabetos adultos (15 anos ou mais) -o que reduziria o número para 15,5 milhões.


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