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Tensão quase causa linchamento
DA REPORTAGEM LOCAL
Parentes de presos rebelados no
complexo do Carandiru tentaram
linchar uma mulher não identificada de cerca de 50 anos que, aos
gritos, afirmava que os rebelados
são assassinos e deveriam morrer.
A polícia teve de intervir e jogou
bombas de gás lacrimogêneo para
dispersar os parentes.
Na frente do complexo, a situação era cada vez mais tensa. Durante a rebelião, outros parentes
de presos hostilizavam policiais
militares. Os PMs ameaçavam
com cassetetes e respondiam aos
xingamentos.
"A polícia está querendo repetir
o massacre do Carandiru", disse
Marilda Medeiros, 30, auxiliar de
limpeza. Ela tem um irmão preso
no complexo e sua cunhada foi
tomada como refém no local.
Na penitenciária do Estado,
Sueli Cardoso, 31, se perdeu dos
dos filhos de 9 e 13 anos em meio à
confusão. Ela foi visitar pela primeira vez um irmão preso. Na hora da revista para entrar na unidade, começou o tiroteio e correria.
As reféns começaram a sair da
penitenciária com escoriações e
sem sapatos. Duas delas -que se
identificaram como Arlete e Fernanda- relataram ter visto um
homem com a cabeça cortada.
Segundo as reféns libertadas, os
policiais que entraram na penitenciária ofenderam-nas com palavras de baixo calão e disseram
que "mulher de ladrão merece levar tiro na cabeça".
Luciana Araújo visitava o marido com quatro crianças. Quando
começou o tiroteio, ela correu
com as crianças. "Atiraram em cima da gente e era para matar."
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