São Paulo, segunda-feira, 19 de fevereiro de 2001

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Detento passou informações por telefone celular

GABRIELA ATHIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Por volta das 21h30 de ontem, a Folha conseguiu falar com um detento da Penitenciária do Estado, identificado como "Tio". Ele estava com um telefone celular, que usava para falar com a sua advogada.
Tio seria um suposto líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) e da rebelião.
Segundo o preso, houve mortes no pavilhão 1 da penitenciária. Depois de responder a apenas três perguntas, ele passou o telefone a uma das visitantes que continuavam no local, identificada como Elisete.
Outros presos também usaram celulares para passar informações para advogados e familiares que estavam do lado de fora da Penitenciária do Estado.
Por volta das 23h30, um deles informou que o pavilhão 3 da penitenciária ainda não havia sido invadido pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar porque 26 funcionários continuavam sendo mantidos como reféns.
Leia a seguir a entrevista feita com Tio:

Folha - O Batalhão de Choque já invadiu o pavilhão 2?
Tio -
Já, mas as visitas continuam aqui com a gente e está todo mundo bem. Se as visitas saírem, a gente tem medo de morrer.

Folha - Houve mortes no pavilhão 1?
Tio -
Só depois que as visitas saíram.

Folha - E no pavilhão 3?
Tio -
O terceiro está pegando fogo. Fala aqui com uma das visitas.

Elisete - A PM já invadiu o pavilhão 2, mas a gente tá fazendo uma barreira. Eu quero entrar ao vivo para ver se a gente protege os meninos.


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