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Viagem Rio-SP vira aventura
FERNANDO ROSSETTI
enviado especial ao Rio
A ponte aérea Rio-São Paulo virou uma espécie de aventura após
a interdição do Santos Dumont e o
início da temporada de enchentes
na "cidade maravilhosa".
Com as chuvas desta terça-feira
à tarde, por exemplo, quem saísse
do centro da cidade para ir ao Galeão levava no mínimo uma hora
de carro -uma vez e meia o tempo do vôo a São Paulo.
Já no Galeão, cadê a ponte aérea?
Ninguém sabe. Há até uma placa
que informa: "2º andar, setor verde". Mas só duas ou três perguntas
depois é que se consegue chegar
ao guichê de cor certa.
"Eu acho que o vôo está com
uma hora de atraso", diz a atendente ao entregar um cartão de
embarque onde se lê "20h30".
A próxima missão -encontrar
o portão de embarque- é mais fácil: basta procurar a multidão.
Apesar da espera anunciada, não
dá para ficar na lanchonete: as TVs
com horários de partida não trazem dados sobre a ponte aérea.
Às 21h30, os alto-falantes informam que o embarque será feito
em outro portão. A multidão
-agora de passageiros das 20h30
e das 21h15- sai correndo, talvez
temendo ficar sem assento.
Às 21h45, avião lotado, fecham-se as portas, e nada. Nem
um arzinho. A temperatura sobe.
As pessoas começam a se abanar.
O piloto anuncia: o aeroporto tem
poucos geradores e, no momento,
está faltando um para ligar o avião
-e o ar-condicionado. O vôo só
parte às 22h.
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