São Paulo, quinta, 19 de fevereiro de 1998

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Gal quer resgatar antigos sucessos

LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Salvador

Com 30 anos de carreira e 27 discos gravados, Gal Costa vai cantar pela primeira vez em cima de um trio elétrico este ano, no Carnaval de Salvador. Ao lado dos tropicalistas Caetano Veloso e Gilberto Gil, Gal é uma das homenageadas pela Prefeitura de Salvador (BA).
Em três apresentações no trio elétrico, Gal pretende resgatar antigos sucessos do Carnaval baiano. O trio elétrico dos tropicalistas tocará gratuitamente. Gal falou ontem à Agência Folha, por telefone, de seu escritório, no Rio. A seguir, os principais trechos da entrevista.

Agência Folha - Por que cantar em trio após 30 anos de carreira?
Gal Costa -
No final dos anos 60 e começo da década de 70, era uma grande foliã. Pulei atrás dos trios e dancei muito. Depois, me afastei um pouco do Carnaval da Bahia. Agora, acho que chegou a minha vez de cantar em um trio elétrico. Quero retribuir com música às homenagens recebidas.
Agência - E o repertório?
Gal -
Vou cantar meus maiores sucessos carnavalescos, como "Festa do Interior", "Balancê", "Pegando Fogo" e "Deixa Sangrar". Quero resgatar antigos sucessos que sempre marcaram o Carnaval. Nos últimos anos, os ritmos mais executados na festa em Salvador são o reggae e a axé music. É muito bonito, mas não podemos esquecer as marchinhas e frevos. (...) Caetano, Gil, Lulu Santos, Milton Nascimento, Baby do Brasil e Djavan também têm este pensamento. E o Carnaval de Salvador tem espaço para todos os ritmos.
Agência - Qual a diferença do Carnaval anos atrás e hoje?
Gal -
Os trios cresceram muito e hoje praticamente dominam a folia baiana. A única característica que o Carnaval de Salvador não vai perder nunca é o de promover e incentivar a participação popular. Ao contrário do Rio, que faz Carnaval no Sambódromo, a folia baiana contagia toda a cidade.
Agência - O que novos músicos aprenderam com os tropicalistas?
Gal -
Fomos precursores de um novo estilo, que marcou uma geração. Depois dos tropicalistas, os blocos afros e os afoxés são a melhor coisa da música baiana.



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