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ADMINISTRAÇÃO
Câmara decide se abre inquérito; resultado depende de governistas "rebeldes'
Vereadores de SP votam CPI do Lixo
MAURÍCIO RUDNER HUERTAS
da Reportagem Local
A Câmara Municipal deve votar
hoje, em sessão extraordinária, o
pedido de abertura da CPI do Lixo, para investigar a varrição de
ruas e a coleta de lixo na cidade.
Reportagens da Folha e da "Folha
da Tarde" mostraram em janeiro
que a prefeitura paga às empresas
por serviços não realizados.
São necessários 28 votos para
aprovar a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). A oposição
espera obter o apoio de vereadores
da bancada governista que estejam insatisfeitos com Celso Pitta.
Já os governistas que se mantêm
fiéis ao prefeito têm duas opções:
ou garantem 28 votos e espantam
definitivamente o fantasma da CPI
ou não comparecem à sessão de
hoje e empurram a decisão para
depois do Carnaval.
Assessores da presidência da Câmara passaram a tarde de ontem
estudando todas as possibilidades
jurídicas para evitar a votação.
Uma hipótese considerada é
que, se não houvesse quórum para
a realização da sessão extra, o pedido de CPI seria invalidado.
Advogados da oposição contestam o argumento e dizem que o
pedido de CPI vale até que se obtenham 28 votos favoráveis ou contrários à abertura do inquérito.
Pitta almoçou ontem com o presidente da Câmara, Nelo Rodolfo,
para tratar da possibilidade da
CPI. O secretário de Governo,
Edevaldo Alves da Silva, recebeu
uma série de vereadores governistas para conferir o empenho de cada um na defesa do prefeito.
A medida surtiu efeito. Vereadores do PMDB e do PTB se dizem
indecisos para a votação de hoje.
"O PMDB vai estar unido, mas
ainda não sabemos de qual lado",
afirma o vereador Jooji Hato.
"Não vamos ficar contra a prefeitura para perder, precisamos entrar na sessão conscientes de que
estaremos do lado vencedor."
Os petebistas José Amorim e Natalício Bezerra também não declinam o voto, apesar de se dizerem
"simpáticos à idéia" da CPI.
Outro que ainda discute o voto é
Alberto Hiar, o "Turco Loco"
(PSDB). "Não quero ser usado por
nenhum dos lados", afirma.
A bancada governista está rachada desde a semana passada,
quando os vereadores Faria Lima
(PPB) e Toninho Paiva (PFL) passaram a criticar publicamente a
administração municipal e fizeram denúncias de irregularidades.
Após as críticas, houve retaliação do prefeito. Os vereadores "rebeldes" perderam o direito de indicar administradores regionais e
coordenadores do PAS.
"Gostaria de ver a mesma eficiência e rapidez que houve na retaliação para resolver os problemas da cidade", disse Faria Lima.
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