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MOTIM
Presídio é destruído pelos 53 detentos; cadeia do RS também enfrentou revolta
Rebelião em Conchas deixa 1 morto
e em Porto Alegre
Um preso morreu durante rebelião ontem na cadeia pública de
Conchas (SP). Os 53 detentos destruíram parcialmente o presídio.
Grades foram quebradas e colchões queimados durante o motim, que durou seis horas. Os presos protestavam contra a superlotação. A cadeia pública tem capacidade para abrigar 20 detentos e
acomodava 53 antes da rebelião.
A polícia não tinha identificado,
até as 17h30 de ontem, o detento
que foi morto por companheiros
de cela, segundo versão policial,
durante a rebelião. Seu corpo foi
levado para o necrotério da cidade.
Após a rebelião, a polícia transferiu 16 presos para outros estabelecimentos penais do Estado.
O delegado de Conchas, Anselmo Eduardo Martineli, estava vistoriando o presídio ontem à tarde
para saber se a cadeia continuará
em condições de abrigar os detentos que não foram transferidos.
Pertencente à região de Botucatu
(220 km a noroeste de São Paulo),
o presídio de Conchas abrigava
cerca de 20 detentos daquela cidade, cuja cadeia foi destruída totalmente em uma rebelião em novembro do ano passado.
Rio Grande do Sul
Um grupo de 311 presos fez ontem um motim no Presídio Estadual de Jacuí, em Charqueadas
(RS). A rebelião começou na madrugada de ontem e foi controlada
no final da tarde.
Os presos pediam a derrubada
de portas e paredes internas que
separavam as três galerias do pavilhão oito, onde ocorreu a rebelião,
para que tivessem mais mobilidade no interior da cadeia.
Para pressionar uma negociação
com as autoridades, chegaram a
manter dois presos como "escudo"' contra uma possível invasão
da Brigada Militar (a PM gaúcha).
O secretário estadual em exercício
da Justiça, Djalma Bittencourt
Gautério, disse que, "se não fosse
possível superar o impasse pela
negociação, teríamos de usar a
força".
Os negociadores conseguiram a
rendição dos rebelados oferecendo melhorias no sistema de circulação de ar e abastecimento de
água. O presídio foi fundado em
1938 e abriga 1.182 presos, quase
200 acima de sua capacidade, conforme a Susepe (Superintendência
de Serviços Penitenciários do Estado).
A rebelião foi realizada por presos que haviam sido transferidos
do Presídio Central, localizado em
Porto Alegre.
Eles foram instalados no pavilhão oito, que tinha sido inaugurado no segundo semestre do ano
passado em Charqueadas (a 58 km
de Porto Alegre).
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