São Paulo, quinta, 19 de fevereiro de 1998

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MOTIM
Presídio é destruído pelos 53 detentos; cadeia do RS também enfrentou revolta
Rebelião em Conchas deixa 1 morto

e em Porto Alegre

Um preso morreu durante rebelião ontem na cadeia pública de Conchas (SP). Os 53 detentos destruíram parcialmente o presídio.
Grades foram quebradas e colchões queimados durante o motim, que durou seis horas. Os presos protestavam contra a superlotação. A cadeia pública tem capacidade para abrigar 20 detentos e acomodava 53 antes da rebelião.
A polícia não tinha identificado, até as 17h30 de ontem, o detento que foi morto por companheiros de cela, segundo versão policial, durante a rebelião. Seu corpo foi levado para o necrotério da cidade.
Após a rebelião, a polícia transferiu 16 presos para outros estabelecimentos penais do Estado.
O delegado de Conchas, Anselmo Eduardo Martineli, estava vistoriando o presídio ontem à tarde para saber se a cadeia continuará em condições de abrigar os detentos que não foram transferidos.
Pertencente à região de Botucatu (220 km a noroeste de São Paulo), o presídio de Conchas abrigava cerca de 20 detentos daquela cidade, cuja cadeia foi destruída totalmente em uma rebelião em novembro do ano passado.

Rio Grande do Sul
Um grupo de 311 presos fez ontem um motim no Presídio Estadual de Jacuí, em Charqueadas (RS). A rebelião começou na madrugada de ontem e foi controlada no final da tarde.
Os presos pediam a derrubada de portas e paredes internas que separavam as três galerias do pavilhão oito, onde ocorreu a rebelião, para que tivessem mais mobilidade no interior da cadeia.
Para pressionar uma negociação com as autoridades, chegaram a manter dois presos como "escudo"' contra uma possível invasão da Brigada Militar (a PM gaúcha). O secretário estadual em exercício da Justiça, Djalma Bittencourt Gautério, disse que, "se não fosse possível superar o impasse pela negociação, teríamos de usar a força".
Os negociadores conseguiram a rendição dos rebelados oferecendo melhorias no sistema de circulação de ar e abastecimento de água. O presídio foi fundado em 1938 e abriga 1.182 presos, quase 200 acima de sua capacidade, conforme a Susepe (Superintendência de Serviços Penitenciários do Estado).
A rebelião foi realizada por presos que haviam sido transferidos do Presídio Central, localizado em Porto Alegre.
Eles foram instalados no pavilhão oito, que tinha sido inaugurado no segundo semestre do ano passado em Charqueadas (a 58 km de Porto Alegre).



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