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MEIO AMBIENTE
Grupo foi flagrado por policiais pescando ilegalmente em uma reserva ecológica
Presos funcionários do Ibama em MT
RUBENS VALENTE
da Agência Folha, em Campo Grande
Quatro funcionários do primeiro
escalão do Ibama de Mato Grosso
foram presos pela Polícia Federal
sob acusação de pesca ilegal na Reserva Ecológica do Taiamã, um
santuário do Pantanal de Mato
Grosso, perto de Cáceres (215 km
de Cuiabá).
O procurador do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis) no Estado, Dilson Ferreira
Pedrosa, chegou a ser detido pela
PF mas, por causa de prerrogativas
que possui como funcionário do
Ministério Público Federal, foi solto e deverá responder administrativamente pela acusação.
Foram presos o chefe do escritório regional do Ibama em Cáceres,
José Miguel Scaff Filho, o chefe da
Estação Ecológica Taiamã, João
Edson Zuchinni, o chefe da Unidade de Preservação Ambiental, Gaspar Saturnino Rocha, e o assessor
da Superintendência do Ibama,
Ediberto Nascimento.
As prisões ocorreram no domingo de Carnaval, mas só vieram a
público depois do feriado. A polícia foi acionada pela diretora do
Juizado Volante Ambiental, a juíza
Valdymara Paiva Zanolo, após
uma denúncia anônima.
Junto com os funcionários, a polícia apreendeu varas de pescar,
material de pesca e três peixes fora
da medida e outros 20 quilos de
pescado irregular que teriam sido
apreendidos pelos funcionários
com um outro pescador, que no
entanto não foi preso.
O barco apreendido foi uma doação da Aarpa (Associação dos
Amigos do Rio Paraguai), organização não-governamental que
atua contra a pesca predatória.
Qualquer forma de pesca é proibida na reserva ecológica, exceto
no caso extremo de fome, segundo
o delegado Fábio Amorim Soares,
que indiciou três funcionários por
pesca ilegal e um, Miguel Scaff, por
prevaricação (deixar de cumprir
ato de ofício). Cada funcionário
pagou uma fiança de R$ 51 e foi liberado para responder ao processo em liberdade.
A Procuradoria Geral da República foi comunicada pela polícia
da detenção e deverá abrir procedimento interno. Miguel Scaff disse ontem à Agência Folha que sua
prisão foi um equívoco.
Ele afirmou que os funcionários
estavam cumprindo uma ordem
de serviço para apurar o fenômeno
da "dequada" (morte de peixes por
falta de ar, que ocorre anualmente
no Pantanal por motivos diversos,
incluindo poluição) na reserva.
Scaff afirmou que os peixes
apreendidos seriam usados para
alimentação dos funcionários. Os
20 quilos achados em seu barco,
segundo ele, foram apreendidos
com um pescador profissional.
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