|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Prefeitura de São Paulo terceiriza combate à dengue
ANDRÉ MUGGIATI
PRISCILA LAMBERT
da Reportagem Local
A prefeitura de São Paulo está
terceirizando o combate à dengue,
atitude que está gerando críticas
do CRM (Conselho Regional de
Medicina).
A terceirização do combate à
doença será feita com R$ 15,8 milhões que estão sendo repassados
pelo Ministério da Saúde ao município. A prefeitura abriu licitação
para contratar a empresa que vai
combater o mosquito Aedes
aegypti na cidade.
Para o CRM, a terceirização dos
serviços cria problemas no combate à doença.
O principal deles, de acordo com
o conselheiro José Cássio de Moraes, é que os funcionários das
empresas não terão o "poder de
polícia" que é conferido aos funcionários municipais, que podem
entrar nas casas para procurar focos dos mosquitos.
Para a diretora do Centro de Epidemiologia, Maria Aparecida
Miaoka, a terceirização não deverá
causar esse problema. "Os funcionários não têm esse poder."
De acordo com Moraes, a contratação de pessoal poderia ser feita através da própria prefeitura,
em caráter emergencial.
Enquanto a epidemia de dengue
atinge seu auge no Estado e ameaça a cidade, a prefeitura aguarda a
conclusão da licitação para combater a doença.
"Não sei dizer quando o trabalho
será iniciado. Não há previsão",
afirma Maria Aparecida.
Empresas
Segundo a prefeitura, o vencedor deverá contratar 800 pessoas
para realizar o mapeamento dos
locais onde há o mosquito e o
combate com nebulização. Esse
trabalho é feito hoje, de forma
precária, pelo Centro de Controle
de Zoonoses da prefeitura e pela
Sucen (Superintendência de Controle de Endemias, do governo estadual).
Além disso, a licitação inclui o
fornecimento de material e equipamentos, inclusive veículos, para
o combate à doença.
Duas empresas foram habilitadas a concorrer, a Entel e a Transbraçal, ambas empreiteiras prestadoras de serviços.
O ministério não se pronunciou,
ontem, sobre a atitude da prefeitura de São Paulo. O secretário-executivo do ministério, Barjas Negri,
entretanto, afirmou que o ministério é responsável pela compra do
inseticida, os Estados, pelos equipamentos, e os municípios, pela
contratação de pessoal.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|