São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 2000


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BATALHA NA PAULISTA/PM
Antes da chegada de reforço, apenas 80 policiais estavam na avenida contra 7.000 manifestantes
Polícia subdimensiona a manifestação

DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Militar subdimensionou a manifestação dos servidores públicos ao avançar pela avenida Paulista antes da chegada de reforço. Eram 80 policiais contra quase 7.000 manifestantes pela estimativa da própria corporação.
A segunda falha foi a falta de coordenação das equipes ao tentar conter o avanço do protesto para os dois lados da pista. Os policiais deram as costas para os servidores públicos que saíam da avenida e, em determinado momento, quase foram cercados.
O que se viu em seguida foram sucessivos confrontos, bombas estourando e fumaça. Os PMs acabaram vítimas das próprias bombas de gás lacrimogênio e de efeito moral, arremessadas de volta pela multidão.
Relatório da PM enviado à Secretaria da Segurança Pública, sobre a situação da manifestação às 12h, informou que 40 policiais do choque, 10 do policiamento a pé e 30 de forças táticas acompanhavam a manifestação. Até esse momento, a situação do protesto era considerada tranquila.
Logo que a confusão começou, a comando da tropa de choque enviou mais quatro pelotões (120 homens) para a avenida Paulista. No total, 300 PMs estavam no local quanto terminaram os confrontos com os manifestantes, após 50 minutos de guerra.
O saldo da luta: 15 civis e 5 PMs feridos. O número poderia ser ainda maior porque a Secretaria da Segurança Pública não havia fechado o balanço do protesto ontem à noite.
Segundo oficiais da PM ouvidos ontem pela Folha, a desocupação da via deveria ser feita acompanhada de mais policiais, pelo menos o dobro.
O comando da PM, por meio de sua assessoria, negou que tenha subdimensionado a manifestação na avenida Paulista.
""O efetivo era para acompanhar apenas o ato dos servidores. Vamos avaliar depois se houve alguma falha de planejamento", disse o secretário da Segurança Pública, Marco Vinicio Petrelluzzi.
A tropa de choque atua, normalmente, com cassetetes e escudos para conter tumultos. Há um grupo que vem atrás deles, equipado com lançadores de bombas e carabina calibre 12 carregada com balas de borracha.
As lideranças do protesto de ontem afirmam que foram atacados primeiro pela PM. Por isso, alguns teriam revidado atirando cocos, pedras e latas nos policiais da tropa de choque.
Já a PM disse que revidou os ataques. ""Se houve abuso, eventualmente, por parte de algum policial, é lógico que vamos verificar, como sempre fazemos nesse tipo de caso", disse Petrelluzzi. Assessores do secretário gravaram as imagens do confronto transmitido pelas TVs.


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