São Paulo, sábado, 19 de maio de 2001

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Ministério estuda crédito para compra de geradores

LISANDRA PARAGUASSÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Saúde estuda abrir uma linha de financiamento para hospitais comprarem geradores ou reformarem os que já possuem para enfrentar o racionamento de energia elétrica e a possibilidade de apagão.
Essa foi uma das possibilidades apresentadas em uma reunião anteontem no ministério.
Segundo o ministro da Saúde, José Serra, a definição dos termos da linha de crédito deve ser feita em breve, já que os apagões podem começar em julho se o racionamento não tiver o resultado esperado. Serra informou que 54% dos leitos do país estão em hospitais que possuem geradores.
As federações de hospitais do país calculam que cerca de 30% dos cerca de 7.000 estabelecimentos que atendem pelo Sistema Único de Saúde têm geradores. Os demais são considerados de pequeno porte, com menos de 200 leitos por unidade.

Distribuição
No entanto a distribuição é desigual. No Distrito Federal, por exemplo, mais de 90% dos hospitais têm os equipamentos. No Rio são 67% e em São Paulo, 61%.
Os próprios administradores consideram o número de geradores razoável porque a maioria das instituições que não possuem o equipamento não tem consumo alto de energia.
"São unidades sem procedimentos de alta complexidade, como UTI, que necessitam de energia contínua", explicou o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS). Ele também é vice-presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos.
O número certo de instituições com geradores será pesquisado neste mês pelas federações, assim como a capacidade de cada hospital. A intenção é saber quem pode se sustentar nos apagões e por quanto tempo.
Uma outra alternativa levantada na reunião -e que deverá ser negociada com as empresas distribuidoras de energia- é que os apagões, caso aconteçam, sejam feitos por períodos curtos, de até duas horas, mais de uma vez ao dia. Isso porque, mesmo nos hospitais com geradores, a autonomia é de cerca de quatro horas seguidas e para emergências. Não se sabe como o sistema funcionaria se fosse ligado pelo tempo máximo quase todos os dias.
Também foi levantada a possibilidade de negociar com as distribuidoras a retirada dos hospitais da rede geral de energia e que sejam instaladas linhas de fornecimento direto.



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