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Doméstica tem ganho reduzido
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Trabalhando como empregada
doméstica, Joana Moreira do
Nascimento, 44, criou os seus dois
filhos. Ao ficar desempregada, há
dois anos, a sua vida também mudou completamente.
"Chorei muito no dia em que fui
demitida. A minha patroa, que
morava em um apartamento de
quatro quartos, disse que não tinha mais condições de pagar o salário mínimo para uma empregada doméstica."
Desempregada e sem escolaridade, Joana foi trabalhar como
diarista em Salvador. Atualmente,
recebe cerca de R$ 100 por mês.
"Não tenho férias e outros direitos trabalhistas, mas preciso sobreviver", disse.
Sem dinheiro, Joana fechou a
caderneta de poupança que mantinha havia oito anos para o seu
neto mais novo -no total, ela
tem 12 netos.
"Todos os meses eu depositava
R$ 20 na conta. Desempregada,
fui obrigada a retirar o dinheiro
para ajudar nas despesas."
Trabalho semanal
Sócia com a irmã em um pequeno estabelecimento comercial em
Salvador (BA), Crispiniana Tavares dos Santos foi obrigada a mudar radicalmente o seu comportamento para se adaptar à queda no
padrão de vida.
A primeira atitude tomada foi
matricular o filho Agnaldo, 16, em
uma escola pública. Até 1999,
Crispiniana pagava R$ 126 de
mensalidade para o filho estudar
na Escola de Engenharia Eletromecânica da Bahia, uma das mais
tradicionais da capital baiana.
Além de retirar o filho da escola
particular, Crispiniana também o
convenceu a trabalhar "pelo menos uma vez na semana".
Agnaldo seguiu à risca os conselhos da mãe. "Uma vez por semana eu trabalho de garçom em um
bar que funciona aqui perto de casa. Ganho R$ 30 e, com o dinheiro, compro minhas roupas em
prestações", conta.
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