|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RIO
Motivo foi a morte de um criminoso, segundo a polícia, numa disputa pelos pontos-de-venda de drogas em Jacarepaguá
Traficantes fecham comércio e ruas
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Traficantes do morro São José
Operário, em Jacarepaguá (zona
oeste do Rio), obrigaram os comerciantes das ruas Barão e Baronesa, na praça Seca, a fechar suas
lojas e impediram a circulação de
carros e ônibus pelo local.
O fechamento do comércio e a
interdição do trânsito, ontem de
manhã, representaram um protesto da quadrilha de traficantes
de drogas da favela contra a morte
de Antônio Carlos de Oliveira, 24,
o Neném.
Por ordem dos traficantes, até
prédios públicos tiveram que fechar. Não funcionaram de manhã
cinco escolas e o posto do INSS
(Instituto Nacional do Seguro Social) no local.
O corpo de Neném, apontado
pela Polícia Militar como traficante, foi encontrado pela manhã na
rua Doutor Bernardino, perto do
morro. Ele estava com as mãos
amarradas. Foi morto a tiros.
De acordo com a Polícia Civil,
Neném foi morto durante tiroteio
com traficantes do morro do Fubá (zona oeste), cujos pontos-de-venda de cocaína e maconha são
controlados por uma quadrilha ligada à facção criminosa Terceiro
Comando.
Há uma semana, segundo a polícia, traficantes do Fubá tentam
ocupar a favela São José Operário,
onde atua uma quadrilha controlada pelo CV (Comando Vermelho), outra facção criminosa, inimiga dessa organização.
No início da tarde, policiais do
18º (BPM) Batalhão da Polícia Militar, ocuparam o local e restabeleceram o trânsito. Os comerciantes
também abriram as lojas.
Quebra-quebra
A PM não conseguiu prender
ninguém, mas, na operação, informou ter apreendido dois revólveres, uma pistola e 300 gramas
de maconha.
Essa é a segunda vez, em menos
de uma semana, que uma rua da
zona oeste é fechada por causa de
mortes provocadas pela disputa
entre quadrilhas de traficantes.
Na segunda-feira, moradores
da favela do Sapo, em Senador
Camará, apedrejaram dois ônibus
e incendiaram outro na avenida
Santa Cruz, em protesto contra a
morte de T.B.C., 17.
O adolescente foi morto durante tiroteio com policiais do 14º
BPM. De acordo com a Secretaria
de Segurança Pública do Estado
do Rio, ele era integrante da quadrilha de traficantes da favela.
Durante o quebra-quebra, foram detidas três meninas com
menos de 18 anos de idade, acusadas de participar da depredação.
No local, foi preso Ricardo de Oliveira Silva, 22, que a Polícia Civil
informou ser foragido da Justiça.
A favela do Sapo continua ocupada pela PM. Pessoas que moram próximas ao local disseram
que, há mais de um mês, convivem com tiroteios entre traficantes do Sapo e da vizinha favela do
Rebu.
Texto Anterior: Doméstica tem ganho reduzido Próximo Texto: Rio Grande do Sul: Delegados acusam o governo de envolvimento com o jogo do bicho Índice
|